Papa Francisco e líderes religiosos assinam acordo contra a escravidão
O Papa Francisco e os líderes de
diversas religiões do planeta, judeus, muçulmanos, ortodoxos, anglicanos,
budistas e hindus, assinaram na terça-feira (02/09), no Vaticano, uma declaração
conjunta na qual se comprometem a lutar contra a escravidão moderna e o tráfico
de seres humanos.
Segundo dados do “Global Slavery index 2014”, 36 milhões de homens, mulheres e crianças de todo o mundo são vítimas principalmente do trabalho forçado e da exploração sexual.
“Nos comprometemos hoje a fazer
tudo a nosso alcance, em nossas comunidades religiosas e além, para trabalhar
em conjunto para libertar aqueles que são reduzidos a escravos e vítimas de
maus-tratos, a fim de dar a eles um novo futuro”, afirma a declaração.
O documento foi assinado na sede
da Pontifícia Academia para as Ciências, no Vaticano, na presença dos rabinos
Abraham Skorka e David Rosen, do Comitê Judeu Americano; do líder ortodoxo
Emmanuel, da França, e do grande aiatolá iraquiano Mohammad Taqi al-Modarresi,
entre outros.
Antes da assinatura, o Papa
Francisco denunciou um “flagelo atroz, presente em todo o mundo e em todas as
formas, econômicas, psicológicas, sexuais”, incluindo ‘no turismo”.
Benjamin Skorka, rabino de Buenos
Aires, afirmou que todos os homens têm “um único Pai” e lembrou a escravidão
nos campos de concentração e de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial.
“São nossos irmãos, irmãs,
filhos, filhas que são explorados: nesta era de globalização, o que acontece a
um acontece a todos nós”, afirmou a venerável Bhikkhuni Thich Nu Chan Khong,
representante do budismo.
Ela apelou à “compaixão” não só pelas vítimas, mas também ‘aos traficantes que sofreram e que podemos despertar e transformar para que se tornem nossos irmãos e aliados’. Em uma mensagem de vídeo, o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu, associou a a luta contra a escravidão e a proteção do meio ambiente, “os dois lados da mesma moeda’’.
“À medida que trabalhamos para
estabelecer prazos e limites” para a proteção do meio ambiente, “não podemos
ser indiferentes à exploração que faz desconectar um corpo de sua alma”,
ressaltou.
O líder dos anglicanos, o
arcebispo de Canterbury, Justin Welby, um dos principais defensores da
iniciativa, pediu leis mais eficazes “contra as formas de escravidão, bem como
a colaboração com o mundo empresarial não excluindo campanhas de denúncia”.
A iniciativa é apoiada pela
Global Freedom Network, a rede mundial que combate a escravidão em todo o
planeta. No documento, os líderes
religiosos se comprometem a erradicar a escravidão moderna e o tráfico de seres
humanos, e convidam os governo e chefes de Estado a apoiar publicamente tal
iniciativa.
Os representantes das diversas religiões pedem a todos os países que reconheçam a “exploração física, econômica e sexual de homens, mulheres e crianças como um crime contra a humanidade”.
Fonte: http://consciencia.net
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