UFPB recebe Simpósio Brasileiro sobre Ayahuasca
A Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), por meio do grupo de pesquisa Sacratum, do Programa de
Pós-graduação em Ciências das Religiões, receberá de 21 a 23 de Setembro, o Simpósio Brasileiro:
“Ayahuasca e a Sociedade”
Legalizada para a
utilização em rituais religiosos, a Ayahuasca, bebida psicoativa produzida a
partir da decocção de duas plantas nativas da Amazônia, tem se tornado cada vez
mais objeto de estudo seus possíveis efeitos terapêuticos no tratamento de
dependentes químicos.
Segundo o psiquiatra e presidente
do Instituto Hermes de Transformação Humana, Dr. Wilson Gonzaga no Brasil,
ao menos 28 milhões de pessoas possuem algum familiar que é dependente químico,
e cerca de 8 milhões de brasileiros são dependentes de maconha, álcool ou
cocaína.
“Em setembro de 2014 aconteceu uma Conferência Mundial em
Ibiza, na Espanha, com cientistas de aproximadamente de 50 países somente para
discutir a utilização da Ayahuasca dentro do contexto terapêutico. Hoje esta
discussão atual e oportuna, vem para Paraíba e se faz importante o apoio e a
participação de autoridades do mundo acadêmico bem como a todos aqueles que se
preocupam e se interessam pela causa da ‘droga dependência’ que tanto vem
preocupando a todos os setores da sociedade”, declarou Gonzaga.
Para o professor no Programa de
Pós-Graduação em Saúde Coletiva na Unisinos (RS), Marcelo Mercante, o uso
ritual da ayahuasca tem chamado a atenção pelo seu potencial no processo de
recuperação de pessoas que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas ou se
encontram em situação de dependência.
"A ayahuasca já vem sendo utilizada
na recuperação de dependentes há pelo menos 20 anos, e milhares de pessoas já
foram atendidas. No entanto, a ayahuasca não é uma solução mágica para um
problema que tem seu fundo no funcionamento da sociedade. Mas estudos recentes
apontam sim para o fato de que esta pode ser uma ferramenta eficaz de
transformação do indivíduo e da sociedade”, declarou Mercante.
Tendo em vista este cenário o
evento, realizado na capital paraibana, leva a missão de mobilizar a sociedade
para a pesquisa e investigação no uso controlado da Ayahuasca como processo
terapêutico e espiritual na recuperação de dependentes químicos, além do auxílio
na recuperação de outros problemas da saúde mental.
Para a vice-coordenadora do curso
em Ciências das Religiões da UFPB, profa. Dra. Suelma Moraes, o debate se faz
importante porque é a oportunidade da academia contribuir com pesquisas que
promovam na prática o bem da sociedade.
“Hoje o mundo científico possui grande
interesse nesta substância como uma eficaz possibilidade de ser utilizada como
uma ferramenta importante na batalha contra a dependência química, uma pandemia
que preocupa o mundo todo”, concluiu Suelma.
O evento, que é gratuito e aberto
a comunidade, tem como públicos-alvo: médicos, Psicólogos, Psiquiatras,
Terapeutas, Líderes Religiosos, Organizações do Enfrentamento às Drogas, ONGs,
além da comunidade acadêmica.
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