Islandeses convertem-se a antiga religião suméria que defende... menos impostos – Por Stoyan Nenov
O zoísmo é a religião que mais
cresce no país e o número de crentes já supera o de muçulmanos.
Mais de 3100 islandeses, quase 1%
da população da ilha, registaram-se nas últimas semanas como seguidores dos
antigos deuses e deusas da Suméria, como forma de protesto.
Na realidade, os
islandeses estão a converter-se ao zoísmo, uma religião em que até o porta-voz
se afirma agnóstico e que promete devolver os impostos religiosos que os
cidadãos são obrigados a pagar.
O fenómeno acontece porque na
Islândia a população é obrigada a registar a sua religião e parte dos impostos
é encaminhada para as respectivas igrejas. Mas os ateus e pessoas sem religião
têm de pagar na mesma. "Não há outra opção", declarou Sveinn
Thorhallsson, porta-voz da religião. "Quem não está afiliado ou pertence a
religiões não registadas paga impostos mais altos".
Na Islândia cerca de 75% das
pessoas estão registadas na Igreja Evangélica Luterana, mas há mais de 40
outras religiões que se qualificam para as "taxas paroquiais",
segundo o jornal The Guardian. A contribuição de cada cidadão para as
instituições religiosas, segundo o orçamento do próximo ano, ronda os 75 euros.
O zoísmo foi aceite como religião
no país em 2013 e baseia-se na adoração dos 13 principais deuses e deusas da
antiga Suméria, uma civilização que se localizava no atual Iraque e Koweit,
pelo menos 3500 anos antes de Cristo. O número de seguidores já supera o de
muçulmanos.
No site da religião
caracteriza-se o zoísmo como "uma plataforma para os membros porem em
prática a antiga religião da Suméria", mas também como uma organização que
defende totalmente a liberdade religiosa e a liberdade de não ter religião.
"O objetivo principal da organização é que o governo revogue qualquer lei
que garanta mais privilégios, financeiros ou outros, a organizações religiosas
do que a outro tipo de organizações".
Os zoístas pedem ainda que o
registro da religião de cada cidadão seja abolido. Quando estas condições forem
aceites o zoísmo deixará de existir, garante o texto. Numa sociedade moderna
"o estado não deveria registar as crenças das pessoas", disse
Thorhallsson ao The Guardian.
Há, no entanto, oposição. Stefán
Bogi Sveinsson, membro do Partido Progressista, defende que o zoísmo não é uma
religião. "Ninguém se registou na organização para praticar o zoísmo
", explica. "As razões para se registarem são apenas duas: para
poupar dinheiro ou protestar contra a legislação sobre organizações
religiosas".
Além disso, o fisco islandês
disse um jornal que se a religião reembolsar os crentes terá depois de pagar
impostos sobre essa transação.
O porta-voz zoísta, que se
declara agnóstico, garante que, apesar de tudo, há de facto algum interesse
pela antiga civilização Suméria. "Organizámos uma cerimónia com leituras
de poesia suméria. Agora estamos a planear outra".
Fonte: http://www.dn.pt
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