Diálogo entre religiões é destaque na Festa do Bonfim


A diversidade religiosa foi evidenciada nesta quinta-feira (14/01), em Salvador, quando baianos e turistas realizaram homenagens ao Senhor do Bonfim, festa que acontece há quase 300 anos.

Vestidos de branco, muitos fiéis começaram a chegar cedo na Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro do Comércio, para o ato ecumênico que dá início à tradicional caminhada de 8 quilômetros até à Colina Sagrada.

Recebido com queima de fogos, o governador Rui Costa chegou à Basílica acompanhado de secretários de Estado e de outras autoridades para acompanhar o ato ecumênico. Esta é a primeira vez que Rui participa, como governador, da Lavagem do Bonfim.

O governador afirmou que a festa religiosa é também um momento de “pedir paz para todos os baianos e saúde para continuar trabalhando por esse estado”. Ele esteve acompanhado também da primeira-dama Aline Peixoto e participou da cerimônia celebrada pelo padre Jairo de Jesus Menezes.

A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Vera Lúcia Barbosa, destacou que “as festividades são importantes para agregar a população, sobretudo estimular o diálogo harmonioso entre as religiões”.

Para ela, a sensibilização da sociedade para o enfrentamento à intolerância religiosa ganha força com manifestações deste tipo, lembrando ainda dos avanços da Bahia na implantação dos mecanismos de combate à discriminação racial e diálogo inter-religioso, a exemplo do Centro de Referência Nelson Mandela e da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.

Após percorrer todo o trajeto da Festa do Bonfim, a religiosa de matriz africana Joana da Guarda, de Candeias (Região Metropolitana de Salvador), chegou ainda com forças à Basílica, permanecendo por um bom tempo no local para escutar as palavras de fé dirigidas ao público.

Há 40 anos ela faz o percurso vestida de branco e com as contas de diversos orixás. “A fé em Senhor do Bonfim é que motiva e me traz até aqui. É um tempo de renovar as esperanças e agradecer”, afirmou.

Já o motorista Agnaldo dos Santos, não faz o percurso até a Colina, mas, há 34 anos, assiste à missa na Basílica, no Comércio. "Venho todos os anos pedir paz e saúde para todas as pessoas que eu amo e agradecer pelo meu emprego”.

*Ascom Sepromi, com informações da Secom.






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