Oração na mesquita de Lisboa mostrou partilha dos valores fundamentais
O embaixador belga em Portugal
saudou hoje a iniciativa da comunidade islâmica de Lisboa de realizar uma
oração pelas vítimas dos atentados em Bruxelas, salientando que a cerimónia
mostrou que existe uma partilha de valores fundamentais que transpõe religiões.
"A comunidade muçulmana fez
muito bem em organizar esta iniciativa inter-religiosa, reunindo todas as
confissões religiosas em Portugal, porque entre as vítimas na Bélgica existem
muitas pessoas de várias nacionalidades e de diversas religiões", afirmou
Boudewijn Dereymaerker, em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia,
que decorreu na Mesquita Central de Lisboa.
Três explosões foram registadas
na terça-feira em Bruxelas: duas no aeroporto internacional de Zaventem e uma
na estação de metro de Maelbeek, junto às instituições europeias, no centro da
capital belga. Pelo menos 31 pessoas morreram e outras 300 ficaram feridas nos
ataques na capital belga, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico
(EI).
"A mensagem final é: pouco
importa em que Deus nós acreditamos, o que importa é a paz, a tolerância, os
seres humanos, a democracia. São os valores fundamentais em que
acreditamos", prosseguiu o representante diplomático, salientando que
"aqueles que perpetraram os atentados horríveis pretendem estar conotados
com uma religião, mas não representam essa religião".
Boudewijn Dereymaerker foi uma
das personalidades convidadas a participar na cerimónia promovida pela
comunidade islâmica de Lisboa, realizada antes da oração semanal de sexta-feira
(dia sagrado para os muçulmanos).
O presidente da Câmara de Lisboa,
Fernando Medina, o assessor cultural Pedro Mexia, em representação da Casa
Civil da Presidência da República, e os embaixadores dos países islâmicos
representados em Portugal foram outros dos participantes na iniciativa, que foi
presenciada por mais de uma centena de pessoas, a grande maioria muçulmanos.
Também estiveram presentes
representantes de cerca de uma dezena de confissões religiosas.
Após cumpridos dois minutos de
silêncio, em que os presentes foram convidados a rezar em silêncio, e
intervenções breves das personalidades convidadas, o imã da mesquita, sheik
David Munir, salientou que "um dos atributos de Deus é a paz" e que
"não há compulsão na religião".
"Aquele que mata uma alma, é
como se tivesse morto toda a Humanidade. Aquele que salva uma alma, é como se
tivesse salvo toda a Humanidade", destacou.
Hoje, na grande mesquita de
Bruxelas, também as vítimas dos atentados foram recordadas na oração e na zona
exterior do edifício foram colocadas várias bandeiras da Bélgica, segundo
relataram os `media` belgas.
Fonte: http://www.rtp.pt
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