Pesquisadores fazem encontro sobre ciências sociais em MG



Cerca de 3 mil pesquisadores de sociologia, antropologia, ciência política e relações internacionais se reunirão durante uma semana em Caxambu, no sudeste de Minas Gerais, de 26/10, no 33º encontro anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs). Durante o evento, que vai até o dia 30/10, os cientistas sociais farão cerca de 700 apresentações sobre temas diversos e da agenda pública atual, como os 20 anos da queda do Muro de Berlim, as eleições gerais no próximo ano, a violência urbana e a desigualdade social, racial e de gênero. Os encontros da Anpocs permitem intercâmbio entre professores e estudantes de 87 programas de pós-graduação de todo o país. “Academicamente, esses encontros são muito relevantes. O evento é o lugar onde os pesquisadores fazem com que os seus trabalhos passem pelo primeiro teste, aquele da leitura de seus pares e de discussão com companheiros de ofício”, afirma a socióloga Maria Alice Rezende de Carvalho, presidente da Anpocs.

De acordo com ela, o encontro é o maior das ciências sociais na América Latina. “A associação reúne o maior número de programas de pós-graduação no continente. Isso atesta a política de Estado para a institucionalização do parque científico”, explica. Segundo Maria Alice, o encontro de Caxambu marcará a aproximação das ciências sociais brasileiras com a produção intelectual nos países de língua portuguesa e terá forte presença de cientistas latino-americanos. Além desses pesquisadores, haverá participação de representantes da Inglaterra e da Alemanha. "As redes de pesquisa são planetárias. Não se concebe mais uma ciência social autárquica. A necessidade de trabalhar comparativamente é muito frequente e muito importante”, informa Maria Alice, que também é professora do programa de mestrado e doutorado em sociologia e política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Para a presidente da Anpocs, a produção dos cientistas sociais brasileiros trouxe efeitos benéficos sobre a vida da população. Ela cita como exemplo a redução da criminalidade e da violência em Minas Gerais: “Isso também tem a ver com o fato de que há algum tempo cientistas sociais da UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais] têm se dedicado à temática e sistematicamente vêm propondo políticas públicas. Essa é uma relação importante: o reflexo do trabalho dos pesquisadores na vida do cidadão comum”. Segundo Maria Alice Carvalho, os cursos de ciências sociais são aqueles que mais crescem no Brasil, tanto nas faculdades privadas quanto nas universidades públicas. Parte desse crescimento pode ser atribuído à inclusão em 2008 da sociologia como disciplina obrigatória do ensino médio.



Fonte: http://www.dci.com.br

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