Greve nas universidades federais está longe de acabar
Ao todo, 56 instituições estão
paradas em todo País
Mesmo com a apresentação de uma
proposta pelo governo federal, na sexta-feira, de um plano de carreira às
entidades sindicais dos professores dos institutos e universidades federais, a
greve que já atinge quase a totalidade das instituições do País está longe de
terminar.
Entidades de classe seguem analisando o documento, a fim de elaborar
uma contraproposta a ser apresentada na próxima reunião com o governo, marcada
para o dia 23.
O presidente regional do
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes),
professor Carlos Alberto Pires, explica que os principais pontos reivindicados
pela categoria ainda não foram atendidos. Um deles é o fim das gratificações,
que seriam incorporadas ao salário. Pela proposta, porém, 54% da
remuneração ficaria composta por esses benefícios.
O reajuste de até 45% para
doutores e 27% para mestres, concedido em três etapas, sendo a primeiro em
julho de 2013 e a última em 2015, desagrada os docentes, que pedem aumento
imediato. A categoria, que recebe o piso de R$ 1.597, reivindica que passe para
R$ 2.329, a fim de repor as perdas de 22,08% nos últimos três anos.
O governo
ofereceu R$ 1.853. Além de o reajuste ser menor, não há linearidade, como os
professores desejam. Apesar de a exigência da diminuição de 17 para 13
níveis ter sido atendida, não é estabelecida diferença de 5% entre cada.
Conforme a oferta do governo
federal, o professor com doutorado e dedicação exclusiva deve ter salário
inicial de R$ 8,4 mil. Para aqueles já atrelados à universidade, o valor pode
subir de R$ 7,3 mil para R$ 10 mil.
Os reajustes oferecidos vão de 24,4% e
45,1% para doutores. Atualmente, os professores universitários que atingem o
topo da carreira recebem R$ 11,7 mil. Com a nova proposta, a remuneração chega
a R$ 17,1 mil nos próximos três anos. Entre os mestres, a proposta sugere
reajustes de 25% a 27%.
No caso dos institutos federais
de educação, ciência e tecnologia, é prevista progressão de titulação. A
proposta prevê impacto de R$ 3,9 bilhões no orçamento federal, dividido nos
próximos três anos: 40%, ou R$ 1,56 bilhão, em 2012, e os 60% restantes em
2013 e 2014.
A greve nacional dos professores
começou em 17 de maio e, além de 56 das 59 universidades, já atinge 34 dos 38
institutos federais de educação tecnológica do País.
No Rio Grande do Sul, o
movimento já paralisa as atividades nas universidades federais do Rio Grande do
Sul (Ufrgs), de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), de Santa Maria
(UFSM), do Rio Grande (Furg), de Pelotas (Ufpel) e do Pampa (Unipampa), além
dos institutos federais.
Fonte: http://www.gaz.com.br
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