Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina, diz ONU – Por Pedro Soares
Apesar do crescimento econômico
mais acelerado e da redução da pobreza nos últimos anos, o Brasil ainda é um
dos países mais desiguais da América Latina, situando-se em quarto lugar, atrás
apenas de Guatemala, Honduras e Colômbia, de acordo com relatório do
ONU-Habital divulgado nesta terça-feira.
Todos esses países possuíam,
segundo dados de 2009, um índice de Gini de distribuição de sua renda per
capita acima de 0,56, junto com República Dominicana e Bolívia, nações que
completavam o grupo das seis mais desiguais do subcontinente. Tal índice revela
uma elevada concentração da renda.
Já a lista dos países como menor
grau de desigualdade era composta por Costa Rica, Equador, El Salvador, Peru,
Uruguai e Venezuela, este último com a melhor marca, registrando um índice de
Gini de 0,41. O indicador, porém, supera o dos EUA e de Portugal (nação mais
desigual da União Europeia), ambos com índice de 0,38.
O Brasil avançou, porém, se
comparado a 1990, quando detinha o título de país com maior nível de iniquidade
da América Latina.
Segundo o relatório, a região é
mais desigual do mundo, embora tenham ocorrido melhoras nos últimos anos na
distribuição da riqueza na maior parte dos países.
Entre os motivos, diz, estão o
crescimento do rendimento do trabalho, a queda das diferenças salariais entre
diferentes categorias de trabalhadores e a expansão de programas de
transferência de renda em vários países.
POPULAÇÃO E MORADIA
O estudo aponta ainda que a
América Latina vive profundas mudanças, como a redução do crescimento
demográfico e praticamente o fim da migração campo-cidade, responsável pelo
"boom" da urbanização ocorrido até os anos 90.
O grupo de cidades com menos de
500 mil habitantes concentra a metade da população (222 milhões de pessoas) do
subcontinente, enquanto as megacidades (mais de 5 milhões) fica com 14% (65
milhões de pessoas).
Ainda de acordo com o relatório,
apesar dos avanços dos serviços públicos, o problema da moradia persiste na
América Latina, segundo dados da ONU. O deficit habitacional na região subiu de
38 milhões de residências em 1990 para uma cifra entre 42 milhões e 51 milhões
em 2011.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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