Ensino Médio Inovador chega a 2 mil escolas
Quase 2 mil escolas do País já
aderiram ao programa Ensino Médio Inovador, do Ministério da Educação (MEC),
que prevê investimentos federais, ampliação da jornada e reestruturação dos
currículos. A estimativa de investimento para 2012 é de R$ 105 milhões nessas
escolas.
De acordo com a legislação, são
os Estados os responsáveis por essa etapa da educação na rede pública. Por
isso, o programa nasceu com o objetivo de induzir a reestruturação dos
curriculares de acordo com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais do ensino médio.
Na época, o texto já estava sendo debatido no Conselho Nacional de Educação e
viria a ser aprovado pelos conselheiros em maio de 2011.
Em 2009, o projeto piloto
foi iniciado em 355 escolas. O programa foi ampliado este ano para mais 1.641
escolas, chegando a 1.996 unidades em 24 Estados, mais o Distrito Federal. Ao
todo, são 1,7 milhão de alunos.
O programa também prevê a
ampliação do tempo dos estudantes na escola. A proposta incentiva que a direção
das unidades busque alternativas próprias de melhoria. A previsão é atender
mais 4 mil escolas em 2013.
Em seis Estados
Pará, Ceará, Goiás, Mato Grosso
do Sul, Piauí e São Paulo, o programa está sendo implementado a partir deste
ano em parceria com o Jovem do Futuro, projeto do Instituto Unibanco. Neles, a
previsão é de que haja 100% de adesão das escolas até 2014.
"Nossa
parceria pressupõe um compromisso do Estado de perseguir um crescimento
considerável no Ideb", explica Wanda Engel, superintendente-executiva do
instituto. "Não dá para continuar estagnado", afirma.
O empurrão para essa melhoria no
aprendizado será consequência, diz Wanda, de uma escola mais atrativa.
"Isso só acontecerá se tivermos um currículo flexível, com disciplinas
optativas que contemplem interesses diversos." Os resultados são
esperados no próximo Ideb, em 2013.
Na Escola Estadual Renato de
Arruda Penteado, da zona norte de São Paulo, a primeira visita da equipe
técnica já animou os estudantes. Eles foram convidados a falar das disciplinas
prediletas, do que os motiva, de problemas e sonhos "A partir dessa conversa
até o comportamento dos alunos mudou. Eles já fazem planos de como será mais
estimulante o tempo de estudo", diz Edson de Novaes, coordenador de ensino
médio da escola, que tem mais de 800 alunos no ensino médio.
Autonomia
Segundo o presidente do Conselho
Nacional de Educação, José Fernandes de Lima, o programa vai de encontro aos
princípios da nova diretriz, principalmente ao apostar na autonomia da escola.
"O programa está sendo discutido em vários Estados e provocando um bom
debate, principalmente em torno da ampliação da carga horária. Ajuda o fato de
ter recursos."
Lima foi relator da novas
diretrizes, que dividem o ensino em quatro grandes áreas: Ciências da Natureza,
Ciências Humanas, Matemática e Linguagens. "Dentro das áreas estão as
disciplinas, mas não falamos em disciplinas, tem de ter flexibilidade.
Acreditamos no projeto pedagógico das escolas."
A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB), que norteia todo o sistema de ensino, também não define
disciplinas obrigatórias - com exceção de língua estrangeira. Leis ordinária de
2008 incluiu Filosofia e Sociologia como obrigatórias.
"Se tiver de fazer
discussão de mudanças nessas obrigatoriedades, não é com o Conselho ou MEC, é
com o Congresso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://www.dgabc.com.br
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