D.Odilo condena uso eleitoral de de espaços religiosos
Em debate promovido na tarde
desta quinta-feira pela Arquidiocese de São Paulo, o cardeal arcebispo D.Odilo
Scherer condenou o uso de espaços religiosos como "currais
eleitorais" e disse que a instrumentalização da religião "não faz bem
para a sociedade".
"Não aprovamos que nossas igrejas sejam currais
eleitorais", disse o religioso na abertura do encontro que reúne os
candidatos José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB) e
Soninha Francine (PPS). A grande ausência do evento foi a do líder das
pesquisas de intenção de voto Celso Russomanno (PRB).
Ao defender uma postura coerente
com as orientações da Igreja Católica, D.Odilo lembrou que os religiosos foram
orientados a não usar as igrejas para pedir voto aos candidatos ou a partidos
políticos.
"Esse papel de escolher cabe especificamente aos fiéis leigos,
como a Igreja orienta de fato", ressaltou. O cardeal arcebispo de São
Paulo afirmou ainda que a Igreja Católica está envolvida com a rotina da
cidade, uma vez que participa de atividades educacionais, sociais, de saúde e
cultura através de parcerias com o governo municipal.
Em sua primeira participação, o
petista Fernando Haddad elogiou as palavras do religioso e aproveitou para
defender o conceito do Estado laico. "Temos por principio a concepção do
Estado laico. Não é um Estado contra a religião, mas que preserva a liberdade
religiosa", disse.
O peemedebista Gabriel Chalita
lembrou suas relações com a Igreja Católica, mas negou que se favoreça disso em
sua trajetória política. "Nunca usei da Igreja para fazer proselitismo
político", afirmou.
Já José Serra destacou sua infância, a "vida
pobre na Mooca" e contou que foi alfabetizado por padres salesianos. Ao
lembrar de um padre que, em sua infância, se dedicava às crianças, disse que
sua vida também era dedicada ao próximo. "Esse é o meu sentido de
vida", afirmou. O tucano reforçou que gostaria de ser o "prefeito da
mudança". "Mas a mudança para a frente", emendou.
No bloco de perguntas de
religiosos, Chalita e Haddad falaram sobre parceria com os governos federal e
estadual e aproveitaram para criticar a política habitacional da atual gestão municipal.
"É mais que justo trazer o pobre para o Centro", defendeu Haddad. O
peemedebista ressaltou que a administração que mais investiu em moradia popular
foi a de Luiza Erundina (ex-PT e hoje PSB), deixa para que o petista dissesse
que a hoje deputada federal o apoia neste pleito porque ele fará um governo
voltado para os mais pobres. "É uma das razões pela qual a Erundina
declarou apoio à nossa candidatura", gabou-se.
Farpas
Ao ouvir dos adversários críticas
sobre a falta de vagas em creches, José Serra disse que hoje existe mais
demandas de creches do que no passado. "As visões catastrofistas
predominam na campanha", rebateu.
Serra também contra-atacou Haddad quando
o petista disse que o governo Lula teve mais sensibilidade para com o ensino
infantil no País ao transferir recursos para a área. O tucano respondeu que os
recursos para o setor foram transferidos em razão de medida aprovada pelo
Congresso Nacional, e não pelo governo Lula.
Questionados sobre políticas
públicas para a juventude, Chalita criticou indiretamente Serra por
descontinuar programas quando o tucano foi governador de São Paulo.
"Quando um programa tem problemas, não se acaba com ele, se modifica, se
evolui. Não é possível acabar com a escola em tempo integral. Estamos fracassando
na maneira de fazer educação", disse Chalita.
Soninha, que comentou a
pergunta, disse que ela, quando era do PT até o ano de 2007, chegou a fazer
duras críticas à política educacional da gestão Alckmin quando Chalita foi
secretário da Educação.
Fonte: http://www.dgabc.com.br
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