Estudo mostra que a espiritualidade ajuda no tratamento de doenças – Por Cristina Duarte

“A fé é a influência mais importante na saúde.” Essa é a afirmação do diretor do Centro para Teologia, Espiritualidade e Saúde e professor de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da Duke University, nos Estados Unidos, Harold G. Koenig. 

Ele está em Porto Alegre para o seminário: Ciência, Espiritualidade e Saúde, promovido pelo Hospital São Francisco, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que acontece nesta sexta-feira, a partir das 8h30min, no Teatro do Bourbon Country.

Koenig está lançando o livro: Medicina, Religião e Saúde - O Encontro da Ciência e da Espiritualidade, que apresenta um panorama das últimas pesquisas na área, mostrando a importância das emoções sobre os sistemas de cura do corpo. A publicação é um resumo atualizado de outras obras do professor referentes à espiritualidade relacionada com a saúde. “É a face simplificada da pesquisa de toda uma vida”, ressalta.

Segundo o médico, a obra é sobre religião, mas nenhuma em específico, e aborda a forma como se pratica a espiritualidade em benefício à ciência. “A espiritualidade auxilia os mecanismos de saúde em três áreas: a psicológica, a social e a comportamental. Quem pratica alguma religião tem melhores hábitos, como não fumar, beber ou usar drogas. A religião dá sentido à vida e permite lidar com os problemas.”

Os estudos de Koenig revelam que a espiritualidade ajuda no tratamento em 50% dos casos, os hábitos sociais têm melhoras em 35% e os comportamentos sociais, como a prática de esportes e apoio da família, interferem em 15%.

Sobre a proliferação de religiões e a crescente troca de fiéis de uma religião para outra, o professor afirma que isso não interfere nos benefícios que a espiritualidade traz para a recuperação das enfermidades, o importante mesmo é a fé. 

Dentre as doenças que mais respondem aos efeitos da espiritualidade, segundo Koenig, está a depressão, e a que menos responde é o câncer. “A depressão e a ansiedade são grandes fatores de causa de doença cardiovascular”, complementa o coordenador do seminário, médico Fernando Lucchese.

A próxima etapa de pesquisas de Koenig aborda a intervenção da religião no processo de depressão profunda, e como a religiosidade pode ajudar e reverter esse quadro. “Vamos estudar a terapia comportamental associada à religiosidade comparada com pacientes que se tratam apenas com a terapia convencional”, diz.

O novo estudo, intitulado Religião Versus Tratamento Convencional em Pacientes Profundamente Deprimidos ou Doenças Crônicas, é financiado pela Fundação Templeton, com recursos de US$ 1,5 bilhão e a duração de três anos.


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