Igreja Católica vai ter quarta «doutora»
Santa Hildegarda de Bingen,
mística e música do século XII, tem merecido atenção particular de Bento XVI
Bento XVI vai proclamar no próximo domingo a santa alemã
Hildegarda de Bingen como nova “doutora da Igreja”, um reconhecimento que a
torna a quarta mulher a receber essa distinção.
A monja beneditina nascida em
1098 e falecida em 1179 no atual território germânico foi oficialmente
canonizada pelo atual Papa no último dia 10 de maio, que estendeu a toda a
Igreja Católica o seu culto litúrgico.
Bento XVI anunciou a intenção de
proclamar dois novos doutores da Igreja Católica, São João de Ávila e Santa
Hildegarda de Bingen, a 27 de maio, destacando a “marca intensa de fé” que
estes santos deixaram, “em períodos e ambientes culturais bem diferentes”.
Hildegarda, disse o Papa,
“assumiu o carisma beneditino no meio da cultura medieval, foi uma autêntica
professora da teologia e estudou aprofundadamente a ciência natural e a
música”.
A monja e fundadora de dois
mosteiros escreveu livros de mística e teologia, textos de medicina e análises
de fenómenos naturais.
Em 1147, o Papa Eugénio III
autorizou a mística a divulgar publicamente as suas visões e a falar delas em
público, pelo que a partir de então o “prestígio espiritual de Hildegarda
cresceu cada vez mais, ao ponto de os contemporâneos lhe atribuírem o título de
‘profeta teutónica’", recordou Bento XVI, numa das duas catequeses que lhe
dedicou em setembro de 2010, no Vaticano.
O atual Papa elogiou a “sabedoria
espiritual” e “santidade de vida” da germânica e sublinhou que as suas visões
místicas são “ricas de conteúdos teológicos”, em particular a “poderosa visão
do Deus que vivifica o cosmos com a sua força e luz”.
“Hildegarda manifesta a
versatilidade de interesses e a vivacidade cultural dos mosteiros femininos da
Idade Média, contrariamente aos preconceitos que ainda pesam sobre aquela
época”, disse.
A Igreja Católica reconheceu até
hoje 33 doutores, entre os quais Santo António de Lisboa e três mulheres:
Teresa de Ávila, Catarina de Sena e Teresinha de Lisieux.
O título de doutor da Igreja é
atribuído a fiéis que se tenham distinguido pela santidade de vida, ortodoxia
doutrinal e sabedoria.
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