Igreja celebra 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II – Por Danusa Rego
Meio século... Quantos
acontecimentos marcaram o mundo! O homem vai à Lua... o primeiro transplante de
coração é realizado... Acontecimentos bons... outros, tristes... A construção e
a queda do muro de Berlim... Revoluções, guerras, atentados... Um boom nos
Meios de Comunicação: a TV ficou popular... a internet nasceu e se consolidou.
O mundo foi consagrado à Nossa
Senhora por meio do Papa João Paulo II, que sem dúvida, marcou as últimas cinco
décadas.
E no dia 11 de outubro de 1962,
há exatamente 50 anos, na Praça de São Pedro, no Vaticano, começava o Concílio
Vaticano II.
"Me recordo como se fosse
ontem, a abertura do Concílio Vaticano II. Aquela procissão parecia infinita,
milhares de arcebispos, bispos, peritos, leigos, todos passando pelo portão de
bronze. Depois adentrando a Praça de São Pedro", recordou o presidente emérito
do Pontifício Conselho para a Cultura, Dom Paul Poupard.
"Bispos de todas as raças,
línguas e cores, demonstrando a universalidade da Igreja. O Concílio foi aberto
pelo Papa João XXIII", disse o jornalista Gianfranco Svidercoschi.
João XXIII fez um discurso que
"permanece impresso no meu coração". "[Ele] disse fortemente:
'nós somos a Igreja de Cristo, e nossa tarefa ao participar, é infundir nas
veias do mundo moderno a essência do Evangelho", destacou Dom Poupard.
Ele disse ainda, "aqui vamos
renovar e não transformar e mudar tudo, ele afirmava que deveríamos ter uma
postura positiva diante do mundo que está cheio de problemas, de dificuldades e
aspectos negativos. Não se trata de condenar, mas de esclarecer as coisas e
apresentar a Igreja com as palavras, os gestos e a vida", recorda o
bibliotecário emérito da Biblioteca Vaticana, Dom Jorge Maria Mejía.
O jornalista Svidercoschi destaca
que o discurso de João XXIII "foi excepcional", o Papa que foi
nomeado com 77 anos. "Diziam que seria um Papa de transição, e prepararia
a estrada para seu sucessor, foi no entanto, o primeiro a ter coragem de
convocar um concílio e dar as indicações a um concílio pastoral positivo".
Em 03 de junho de 1963, no
entanto, João XXIII morreu. Giovanni Montini foi eleito e adotou o nome de
Paulo VI. Ele deu continuidade ao Concílio. "Ao meu ver, foi Paulo VI
que fez o Concílio, porque foi ele que decidiu continuá-lo", disse o
pró-teólogo emérito da Casa Pontifícia, Dom Georges Martin Cottier.
Dom Poupard relembra que Paulo
VI, com seu jeito muito claro e preciso, disse: "por que estamos reunidos?
O que queremos fazer? Cristo é nossa fonte, nosso caminho, é o nosso fim". "Ele afirmava: 'o que a
Igreja fazia no Concílio Vaticano II? A Igreja amava e rezava pelo mundo",
concluiu Dom Poupard.
Comentários