Cristãos perdem fé na nova constituição do Egipto
Representantes das
diferentes igrejas cristãs no Egipto abandonaram oficialmente a assembleia
constituinte queixando-se de excessiva influência dos islamitas.
Depois de dezenas de
representantes laicos e de esquerda terem abandonado a assembleia constituinte,
agora foi a vez de os cristãos tomarem a mesma decisão.
Os representantes da
Igreja Copta Ortodoxa, da Igreja Católica e da Igreja Anglicana anunciaram o
seu abandono durante o fim-de-semana e foram seguidos pelos cristãos
independentes.
“A assembleia está a
caminhar no sentido de redigir a Constituição de um Estado islâmico e não um
Estado nação unido”, queixou-se Edward Ghalib, um dos dois coptas independentes
que abandonou, em declarações ao site egípcio AhramOnline.
Dos 100 membros
originais da Assembleia constituinte restam agora cerca de 70, colocando em
causa a universalidade e representatividade do texto final. Os islamitas
ganharam força no Egipto com a queda do regime de Mubarak e as minorias
religiosas e forças seculares temem que o país se torne um Estado islâmico.
Os representantes
cristãos estão agora em conversações com a Universidade Al-Azhar, a principal
sede académica do mundo islâmico, procurando convencer os seus representantes a
retirar o seu apoio à assembleia, um gesto que retiraria muita credibilidade ao
texto final.
Os cristãos
representam cerca de 10% da população egípcia e a esmagadora maioria pertence à
Igreja Copta Ortodoxa cujo novo Papa, Tawadros II, foi entronizado ontem numa
cerimónia elaborada no Cairo.
Para desencanto dos
coptas o Presidente egípcio não marcou presença na catedral de São Marcos. O
Governo estava representado pelo primeiro-ministro. A orientação do novo regime
é uma das principais preocupações de Tawadros no começo do seu pontificado.
Fonte: http://rr.sapo.pt
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