Governo do Rio desiste da demolição do antigo Museu do Índio – Por André Naddeo e Giuliander Carpes
O governador do Estado do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral, em informação confirmada por sua assessoria de
imprensa, desistiu oficialmente de demolir o prédio onde funcionou o Museu do
Índio, no Maracanã.
Alvo de polêmica envolvendo tribos de diversas etnias, que
ocupam o local desde 2006, Cabral voltou atrás em sua decisão e optou pela
revitalização do local, após os índios se retirarem do local. Os indígenas
devem sair ainda nesta segunda-feira.
No último sábado, a Justiça já
havia concedido liminar que proibia o Estado de executar a demolição do local,
que seria, de acordo com o governo estadual, uma exigência da Fifa tendo em
vista os preparativos para a disputa da Copa do Mundo de 2014, o Maracanã será
o palco da grande final.
Ficou decidido ainda que a empresa
que vencer a licitação para a concessão do estádio do Maracanã, que passa por
reformas e tem inauguração ainda com data incerta, será a responsável pela
revitalização da área. O complexo de atletismo Célio de Barros, o parque
aquático Júlio De Lamare, além da escola municipal Friedenreich, continuam, ao
menos por enquanto, no cronograma de demolição.
O prédio vizinho ao Maracanã foi
construído muito antes do que o estádio, em 1862, e abrigou a sede do Serviço
de Proteção ao Índio (SPI), predecessor da Fundação Nacional do Índio (Funai).
De 1953 a 1957, o Museu do Índio, criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro,
funcionou ali antes de ser transferido para um prédio no bairro de Botafogo.
Cerca de 20 índios ocuparam o
prédio abandonado em 2006 e criaram ali a “aldeia Maracanã”, onde realizam
atividades culturais, educativas e venda de artesanato. Apoiados pela
Defensoria Pública da União e pela comissão de direitos humanos da Assembleia
Legislativa do Estado (Alerj), os índios buscavam a permanência no local, considerado
por eles como um ponto de encontro de todas as tribos que passavam pelo Rio de
Janeiro.
Fonte: http://noticias.terra.com.br
Comentários