Alimentação vegetariana tem ligação com diversas religiões
“A soma do quadrado dos catetos é
igual ao quadrado da hipotenusa”.
Quando se pensa em Pitágoras não tem como não
lembrar as aulas de geometria e de seu famoso teorema. Mas o gênio matemático
tinha outra faceta bastante interessante.
Além de ser conhecido por sua
habilidade com os números, os historiadores também reconhecem Pitágoras,
nascido por volta de 580 a.C., como o “pai da alimentação vegetariana”.
Por quase 2500 anos, europeus e
americanos chamavam aqueles que seguiam o vegetarianismo de pitagóricos (ou
pitagóricos). O termo vegetariano não era usado generalizadamente até a fundação
da Sociedade Vegetariana Britânica, em 1847.
O argumento de Pitágoras em favor
da dieta sem carne tinha três “pontas” (como um triângulo): veneração
religiosa, saúde física e responsabilidade ecológica. E essas razões continuam
a ser citadas hoje pelas pessoas que levam a vida sem carne.
Os motivos que levam uma pessoa a
adotar uma dieta vegetariana são diversos. Entre eles estão: saúde, meio
ambiente, compaixão pelos animais e religião.
Estudos científicos
constantemente provam os benefícios que uma dieta vegetariana proporciona que
vão desde melhor desempenho nos esportes à reversão de doenças do coração;
controle de peso: uma dieta isenta de produtos animais é pobre em gordura, o
que reduz o conteúdo calórico da refeição. Além disto, outros fatores, como os
conteúdos de fibras da dieta também contribuem para a redução e manutenção do
peso ideal. Para obter a mesma quantidade de calorias, a pessoa precisa ingerir
uma quantidade maior de alimentos, o que possibilita mais saciedade com menos
calorias.
Redução do risco de doenças do
coração: além de ser mais pobre em gordura, uma dieta sem produtos animais
(carnes, ovos, leite e derivados) é totalmente isenta de colesterol. A
abundância de fibras da dieta ainda ajuda o organismo a eliminar o colesterol
excessivo.
Diminuição do risco de
desenvolver câncer: os alimentos de origem vegetal são muito ricos em vitaminas
e minerais que são de fundamental importância para uma boa saúde. A baixa
quantidade de gordura e a abundância de fibras presentes nestes alimentos
também contribuem para a redução do risco de desenvolver várias formas de
câncer.
Há também outros benefícios, como
a melhora da disposição e energia. Possibilita a descoberta de novos alimentos,
reduz o risco ou ameniza os efeitos de doenças degenerativas, como osteoporose,
obesidade e hipertensão. Reduz os sintomas ou elimina alergias e artrites,
evita sofrimento de animais, reduz as agressões ao meio ambiente.
Religião
Segundo uma pesquisa minuciosa
feita pelo site Sitio Veg, a alimentação vegetariana é frequentemente ligada à
religião e a força dessa relação parece se vincular diretamente a idade da
religião. Por exemplo, o Islamismo, uma religião relativamente jovem, 1.300
anos, não tem cultura vegetariana forte. Maomé pregava a gentileza com os
animais e uma vez salvou insetos do sofrimento, fazendo seus homens apagarem um
fogo de cima de um formigueiro. Mas a maioria dos muçulmanos de hoje não
consideram o vegetarianismo uma necessidade religiosa.
Os budistas, por outro lado,
seguindo o exemplo de não violência de Gautama e a prática de não ferir outras
criaturas viventes, têm praticado vegetarianismo por 2500 anos. Hinduísmo
possui princípios vegetarianos que datam de 5000 anos nas escrituras Védicas,
que defendem a abstinência de carne pregada aos adeptos.
Judeus citam o primeiro capítulo
do Gênesis como uma prescrição da dieta original: “E Deus disse, Eu vos dei
cada semente de erva, que estão por toda a terra, cada árvore, nas quais estão
os frutos de semente; para vocês elas servirão de comer” (Gênesis 1:29).
O Cristianismo primitivo, com
suas raízes na tradição judaica, viram o vegetarianismo de maneira similar, um
jejum modificado para purificar o corpo. Tertuliano (155-255 DC), Clemente de
Alexandria (150-215 DC) e João Crisóstomo (347-407 DC) ensinaram que evitar a
carne era uma maneira de aumentar a disciplina e a força de vontade necessária
para resistir as tentações. Isso tornou as restrições dietéticas, como o
vegetarianismo, muito comuns no comportamento cristão da época. E essa crença
foi passada adiante ao longo dos anos de uma forma ou de outra, por exemplo, a
proibição de carne (exceto peixe) da Igreja Católica Romana nas sextas durante
a Quaresma.
As ligações de religiões com o
vegetarianismo se tornaram popular na Inglaterra do século quinze, a qual é
provavelmente a época do nascimento do vegetarianismo moderno.
Thomas Tryon (1634-1703), um
filosofo autodidata e aluno do místico protestante Jakob Boehmen, declarou em
1657: “a voz da sabedoria (…) me conclamou ao isolamento e autonegação. (…) Eu
me dispus a somente água para beber e abandonei todo o tipo de carne ou peixe,
confinando-me a uma vida de abstemia e de negação do ego”.
Seu livro: O Caminho
da Saúde, publicado em 1691, advogava uma dieta vegetariana e era amplamente
lido pelos pensadores da época. Ele até mesmo influenciou o jovem Benjamin
Franklin (1706-1790) a se tornar um “tryonista” por algum tempo.
A mensagem de Tryon também
influenciou o Dr. George Cheyne (1671-1743), um famoso médico de Londres. Anos
de indulgência o deixaram com aproximadamente 250 quilos; assim ele decidiu
seguir a dieta vegetariana descrita por Tryon. O sucesso de Cheyne o levou a
publicar, em 1724, o Ensaio sobre Saúde e Vida Longeva, recomendando uma dieta
sem carne.
O fundador da Igreja Metodista, John
Wesley, foi paciente de Cheyne e convertido ao vegetarianismo. Cheyne contava
com outros luminares, Pope, Swift e Hume como amigos, e resultou em vários
pensadores e escritores da Inglaterra que começaram a elogiar, quando não
praticavam, a dieta vegetariana. O ensaio de Cheyne espalhou a controvérsia
entre os afiliados da Sociedade Real de Londres, onde era debatido
acaloradamente.
Aparentemente, a argumentação de
Cheyne convenceu o Dr. Antonio Cocchi, de Florença. Sua primeira visita à
Sociedade, como convidado de seu presidente, Sir Isaac Newton, ocorreu durante
uma dessas discussões.
Alguns anos depois, em agosto de 1745, seguindo seu
retorno a Florença, Cocchi deu uma palestra sobre as virtudes da dieta
“pitagórica”, produzindo um reavivamento do vegetarianismo italiano. Sua
palestra, sem duvida, ecoou os sentimentos de seu conterrâneo Leonardo da Vinci
(1452-1519), que por vários anos antes declarou: “Eu tenho desde criança
abandonado o uso da carne e um dia os homens verão o assassinato dos animais da
mesma forma como veem hoje o assassinato dos humanos.”
O livro de Cheyne continuou
popular e ainda estava sendo impresso 46 anos depois de sua publicação
inaugural. Dentre aqueles influenciados pelas suas recomendações estava o Dr.
William Lambe (1765-1847), que disse que “o uso da carne dos animais é um
desvio das leis de sua natureza, e é uma causa universal de doenças e mortes
prematuras”.
Fonte: http://www.anda.jor.br
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