Projeto de Lei Geral das Religiões deve ser votado no Senado
Depois de quase quatro anos em andamento, o projeto
de Lei Geral das Religiões pode finalmente ser votado no Senado.
Líderes dos
partidos fixaram prazo de trinta dias para que três comissões analisem o texto
e o enviem ao plenário. Atualmente, a matéria está parada na Comissão de
Assuntos Sociais (CAS), segundo notícia do Congresso em Foco.
O projeto garante a igualdade de direitos a todas
as religiões do Brasil. A proposta foi apresentada depois que o governo
brasileiro assinou um acordo com o Vaticano, em 2008, para criar o Estatuto
Jurídico da Igreja Católica no País.
Preocupados com a diferenciação que o Estado estava
tentando promover, parlamentares da bancada evangélica fizeram um acordo com o
governo para apoiar o projeto na votação feita na Câmara dos Deputados em 2008.
O deputado George Hilton (PRB-MG), pastor da Igreja Universal do Reino de Deus,
apresentou então, um projeto de lei garantindo os mesmos direitos previstos no
estatuto para todas as outras religiões.
O Estatuto da Igreja Católica estabelece normas
sobre ensino religioso em escolas públicas, casamento, imunidade tributária
para entidades ligadas às religiões, prestação de assistência espiritual em
presídios e hospitais, garantia do sigilo de ofício dos sacerdotes.
O projeto
também reforça o vínculo não-empregatício entre religiosos e instituições
ligadas às igrejas e templos, o que impede um padre de exigir todos os direitos
trabalhistas. Agora, os evangélicos querem os mesmos benefícios para todas as
religiões.
“Começamos a articular com o governo porque teria
que estender para todas as religiões porque o Estado é laico”, disse Hilton. O
senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) disse que o projeto é fruto de um acordo com a
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e com o governo.
“À época, foi apresentado como tratado
Brasil-Vaticano, mas, quando fomos ver, era para reconhecer o Estatuto Jurídico
da Igreja Católica. Então, não é uma questão de Estado. É uma questão de
Igreja. Por isso, não era questão de mérito, ainda que tivéssemos algumas divergências.
Mas as religiões não podem ser tratadas via tratado”, reclamou Lopes, também
pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo ele, que é co-autor do
projeto, o acordo era de votar as duas propostas ao mesmo tempo na Câmara e
depois no Senado.
No entanto, Lopes reclama que o acordo não foi
cumprido quando a proposta chegou ao Senado. “O texto do Estatuto tramitou em
pouco mais de 30 dias e foi aprovado. Já o outro projeto está parado nas
comissões desde então”, disse em entrevista ao Congresso em Foco.
Fonte: http://acritica.uol.com.br
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