Comissão do Senado aprova projeto da Lei Geral das Religiões – Por Carolina Gonçalves
Foram necessárias oito emendas
para que o projeto da Lei Geral das Religiões (PLC 160/09) fosse aprovado hoje
(12) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
O relator da matéria,
senador Eduardo Suplicy (PT-SP), defendeu o texto que garante que os mesmos
direitos historicamente concedidos à Igreja Católica sejam estendidos às demais
religiões constituídas no país.
Há quase um mês, a comissão
recebeu representantes de todas as religiões para discutir se o projeto cumpria
a função de equiparar as condições para todos os credos. A proposta foi
criticada pelos representantes que participaram do debate. De acordo com
Suplicy, o atual projeto levou em conta as críticas e procurou contemplar as
objeções apresentadas.
“Procurei levar em conta as
diversas objeções que os representantes das diversas religiões tinham em
relação ao projeto e procurei observar os preceitos constitucionais e garantir
os direitos para todas as religiões”, explicou Suplicy.
O senador retirou, por exemplo, o
trecho do texto original que definia o ensino religioso como parte integrante
da formação básica do cidadão. "O ensino religioso tem que ter matrícula
facultativa e será uma disciplina dentro dos horários normais das escolas
públicas de ensino fundamental", disse ele.
As mudanças também incluíram a
garantia de assistência religiosa de qualquer credo nas instituições das Forças
Armadas Brasileiras e de forças auxiliares e o atendimento espiritual em
estabelecimentos como hospitais e prisões, sem a limitação de que apenas fiéis
tenham esse direito. “Retirei a palavra 'fiéis' para que qualquer pessoa, mesmo
sem crença, possa ter direito a essa assistência, se desejar”, completou.
O projeto estabelece normas sobre
várias situações do cotidiano dos brasileiros que envolvem a religião. Além da
questão da educação, o texto também aborda pontos sobre casamento e imunidade
tributária das entidades religiosas.
Ainda pelas alterações incluídas
no texto original, fica definido que o patrimônio histórico e cultural de cada
religião é parte do patrimônio do país e precisa ser cuidado pelas entidades
representativas.
A aprovação do parecer foi
unânime, mesmo com a observação feita pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Ele
lembrou que os convidados da audiência apontaram que o texto não tinha como ser
“salvo”, mesmo com alterações. “Vou acompanhar o relator na certeza que o
debate vai continuar nas outras comissões”, disse ele.
Pelo trâmite normal, com a
aprovação na CAS o projeto deveria seguir para a Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) e para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Mas, como a matéria foi retirada do plenário a partir de um acordo de líderes,
para que fosse avaliada com mais detalhes, a proposta volta direto ao plenário
do Senado Federal.
Fonte: http://www.ebc.com.br
Comentários