pensamentos - Por Francisco José Viegas

Desde o 11 de setembro que a religião voltou ao topo dos debates: primeiro, o Islão, o fundamentalismo, o lugar das religiões na política; depois, a sucessão do papa, o intelectual Bento XVI, a mudança anunciada por Francisco.

Pelo meio, a vigilância laica, as campanhas do ateísmo militante, de Dawkins a Hitchens.  
Deus está e não está. Não está, se não quisermos. Está, se tivermos dúvidas, ou fé, ou praticarmos uma religião.

Em Montevidéu (veio ontem no CM), instalaram uma cabina telefônica para "falar diretamente com Deus", "sem intermediários". Faz algum sentido.

Apenas algum, porque religião significa comunhão com os outros; mas Deus é outra coisa, mais além das religiões. O melhor lugar para falar com Deus é o deserto, onde a perturbação arde em silêncio, sem mirones ou audiências.


As religiões têm de inventar o caminho da tolerância; os homens, de percorrer os subúrbios da inquietação.

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