Católicos, animistas e muçulmanos celebram Natal em família na Guiné-Bissau
O Natal na
Guiné-Bissau é das poucas efemérides que ainda se mantêm como na época
colonial: Missa do Galo para os cristãos e festa familiar no dia 25 de
Dezembro, em todas as casas, de todas as religiões.
Cerca de 15% de
guineenses seguem a religião cristã, sendo que os muçulmanos representam 40 por
cento da população, seguidos pelos animistas.
Mas, no Natal,
torna-se praticamente impossível saber entre os guineenses quem é muçulmano,
animista ou cristão, porque todos comemoram a festa de uma maneira ou de outra.
Só na Missa do Galo não se confundem as religiões.
As igrejas ficam
apinhadas, sendo a Sé Catedral de Bissau o local de culto que congrega maior
número de fiéis católicos para uma missa celebrada pelo bispo de Bissau, Dom
José Camnaté Na Bissign.
Normalmente, o bispo
Camnaté aproveita a Missa do Galo para fazer uma espécie de retrospetiva da
vida social e política do país e ainda para lançar alguns desafios aos fiéis.
No meio das palavras
do bispo, destacam-se os cantares, que às vezes até deixam parecer que se trata
de uma festa popular, tal é o vigor das batucadas na igreja e as cores vivas
projetadas pela luz da Sé Catedral.
Pelo Natal, é comum
os familiares, em especial os das grandes cidades (Bissau, Bafatá, Gabú,
Canchungo ou Cacheu), receberem mais gente em casa, nomeadamente familiares que
vivem no estrangeiro ou nas aldeias.
Porque é norma dar e
receber presentes, os familiares oriundos de Portugal, trazem o tradicional
bacalhau e vinho português, enquanto os das aldeias levam para as cidades
comida da terra e animais (cabras, porcos, patos e galinhas) para serem
servidor na grande festa.
Costuma-se dizer que
no dia do Natal não há família guineense que não coma carne, se não for durante
a ceia da consoada, então será no almoço do Natal.
A carne é um alimento
raro nas refeições de muitos guineenses, por não estar ao alcance das suas
posses.
O que não falta mesmo
é a árvore de Natal nos lares: pode até ser uma árvore de plástico, comprada
numa loja chinesa, ou alguns ramos de arbusto entrelaçados e enfeitados com
balões.
Com cada vez mais
presença asiática, o comércio aproveita a quadra natalícia para vender de tudo
um pouco: bacalhau importado de Portugal, roupa chinesa ou brasileira, comida
importada do Senegal e muita bebida.
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