Campanha de mídia chinesa visa ‘extremismo religioso’ em Xinjiang - Por Carol Wickenkamp
Num discurso, um alto funcionário
chinês reconheceu as contribuições das religiões aprovadas pelo Estado à
sociedade comunista, mas também criticou o “extremismo religioso”, o que foi
seguido com cobertura áspera da mídia estatal, particularmente em Xinjiang, a
província ocidental que é o lar dos uigures muçulmanos da China.
Wang Zuoan, chefe da
Administração Estatal de Assuntos Religiosos do Partido Comunista Chinês (PCC),
escreveu na mídia estatal Diário do Povo em 26 de novembro que religiões
aprovadas deveriam ser encorajadas, mas advertiu contra o “extremismo”.
Enquanto algumas partes do
discurso reconheceram as contribuições feitas pela religião e apelaram por
maior integração das religiões na sociedade comunista, a mídia oficial preferiu
enfatizar os alertas no discurso contra o extremismo.
O Diário do Povo teve
como manchete sobre o discurso de Wang o título: “Administração Estatal de
Assuntos Religiosos: Fiquem bastante alertas contra a ideologia extremista
religiosa”.
Devemos “evitar ativamente o fanatismo
religioso, fiquem bastante alertas contra a ideologia extremista religiosa, e
resolutamente reprimam a influência de cultos”, advertiu Wang, referindo-se às
religiões que não são aprovadas oficialmente na China: o budismo tibetano, o
Falun Gong, as igrejas cristãs não registradas e a prática uigur do Islã.
“Forças” estão avançando suas
“más intenções”, procurando promover crenças extremistas nos muçulmanos da
região, disse a mídia estatal Diário de Xinjiang, três dias após o discurso de
Wang, segundo o Times of Oman.
“Forças extremistas religiosas…
não permitem que as pessoas cantem ou dancem, eles os incentivam a desobedecer
ao governo, a não usar certidões de casamento e documentos de identidade. Eles
os impedem de assistir televisão e filmes e de ouvir os ensinamentos dos
líderes religiosos patrióticos”, relatou o jornal.
A mídia estatal Xinhua pediu a
assistentes sociais para utilizem seu treinamento para entender claramente a
natureza e os perigos do extremismo religioso, e se posicionarem de forma firme
e inequívoca contra a ideologia extremista religiosa.
“O extremismo religioso na vida
política do mundo contemporâneo é um tumor maligno. A propagação do extremismo
religioso em Xinjiang está intimamente ligada ao separatismo étnico, e resultou
numa série de crimes terroristas violentos, provocando danos graves à segurança
nacional e à estabilidade social na última década”, disse o jornal financeiro
Caijing, citando um professor na Escola do Comitê do Partido Comunista Chinês
da Região Autônoma.
“Eles põem em perigo a sociedade,
perturbam a estabilidade social, espalham as sementes do ódio e embarcam num
caminho sem volta. Nós odiamos esse comportamento tolo, odiamos essas almas
malignas”, continua o artigo. A Caijing disse que os extremistas exploram a
cultura, os costumes e questões culturais para promover os seus fins, segundo o
autor.
Funcionários chineses nas
universidades de Xinjiang prometeram em reuniões se opor ao extremismo
religioso e ao separatismo nos campi e enfatizaram a importância da educação
política e ideológica, informou o Diário de Xinjiang na terça-feira, segundo o
Nem Zeland Weekly.
Falando numa reunião para
promover a campanha política do Partido Comunista Chinês entre educadores
locais e secretários do Partido, os funcionários universitários também
afirmaram que alunos vestindo roupas religiosas devem ser tratados o mais
rápido possível, segundo o jornal.
Fonte: http://www.epochtimes.com.br
Comentários