ONG denuncia massacre de muçulmanos por budistas em Mianmar
Organização denunciou um massacre
cometido em uma aldeia de Mianmar por budistas com a conivência das forças de
segurança contra muçulmanos.
A ONG The Arakan Poject denunciou
nesta sexta-feira um massacre cometido em uma aldeia de Mianmar por
budistas com a conivência das forças de segurança contra muçulmanos, incluídos
mulheres e crianças.
As autoridades birmanesas
afirmaram que não têm informações sobre o incidente, que teria ocorrido na
terça-feira em Du Char Yar Tan, no estado de Rajine. "O número exato ainda não
sabemos, recebemos dados que variam entre 10 e 60 (mortos)", relataram
fontes da ONG para o jornal local "The Irrawaddy".
"As forças de segurança e
aldeães saquearam muitas casas da aldeia. Mulheres e crianças foram brutalmente
assassinadas e algumas (birmanesas) foram supostamente estupradas",
acrescentou a organização segundo testemunhas.
"Foram apunhalados, o que
indica que o massacre foi perpetrado por civis, mas na presença das forças de
segurança, que não fizeram nada para impedir", acrescentou a ONG.
A organização The Arakan Project
disse o ataque ocorreu depois da visita à região do monge U Wirathu, um dos
fundadores do grupo 969 e que defende que a minoria muçulmana do país ameaça a
pureza racial e a segurança nacional.
Mianmar tem cerca de 60 milhões
de habitantes, dos quais 89% são budistas, 4% muçulmanos e o restante de outras
religiões.
A maioria da comunidade muçulmana
reside no estado de Rajine, vizinho a Bangladesh e onde a minoria rohingya se
transformou no principal alvo da violência dos segregacionistas, pois não são
considerados cidadãos birmaneses, mas imigrantes.
O vice-ministro de Informação
birmanês, Ye Htut, declarou hoje que não tem notícias sobre massacre, mas sim
do desaparecimento de um policial na região.
Em 2012, mais de 160 pessoas
morreram e 120 mil foram deslocadas em função de enfrentamentos entre budistas
e muçulmanos ocorridos em Rajine. Os distúrbios começaram após uma mulher ter
sido supostamente assassinada e estuprada por muçulmanos.
A violência continuou em 2013 e
se espalhou para outras partes do país, como na cidade de Meiktila, onde 43
pessoas foram assassinadas, incluídos várias crianças de uma escola islâmica
que foram linchadas e queimadas por uma horda.
Fonte: http://exame.abril.com.br
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