Liberdade de expressão é a essência do livro – Por Karine Pansa*
No transcurso dos 50 anos do
golpe militar de 31 de março de 1964, é fundamental reafirmar os valores da
democracia e dos direitos individuais e coletivos.
Importante lembrar que a
reconquista da liberdade resultou de mobilização cívica e ordeira da população
brasileira, marcadamente na Campanha das Diretas Já, em 1984, cujo 30º
aniversário devemos comemorar com alegria e a certeza de que se tratou de um
dos mais importantes movimentos políticos de nossa história.
Para os empresários e
profissionais que atuam no mercado editorial, a democracia, sintetizada na
liberdade de expressão, é a principal essência do trabalho. Os livros sejam na
sua forma tradicional e imortal de papel, ou nos contemporâneos leitores
eletrônicos, incluem-se entre as principais mídias do conhecimento. Trata-se de
algo que informa, ensina, amplia a cultura, diverte, propicia análises da
realidade e contribui para que as pessoas tenham uma visão de mundo mais
crítica, consciente e engajada.
Nada disso é possível sem plena
liberdade de expressão. Calar o livro, assim como a imprensa, da maneira como
ocorreu no Brasil e em tantas outras ditaduras, de distintas tendências
ideológicas, é um dos maiores atentados à civilização e ao direito inato do ser
humano de aprender, saber, informar-se e desenvolver juízo de valores sobre os
seus espaços e seu ambiente social, econômico e político.
Assim, na lembrança
dos 50 anos do golpe que ceifou todos esses direitos dos brasileiros, é
pertinente ressaltar a liberdade de expressão como essência do livro e
prerrogativa inalienável de todos aqueles que trabalham para que a leitura seja
um dos vetores do desenvolvimento brasileiro.
A Câmara Brasileira do Livro
(CBL) tem trabalhado muito para ampliar o acesso da população à leitura. Nesse
sentido, realiza a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que este ano
terá sua 23ª edição, de 28 de agosto a 7 de setembro, no Parque Anhembi.
A
entidade também apoia feiras em todo o País e, em todas as frentes, estimula e
promove o hábito de ler, como ocorre com o Prêmio Jabuti, o mais importante do
setor editorial brasileiro, que coloca o livro de nosso País num elevado
patamar de visibilidade perante a opinião pública.
Reiteramos nossa crença de que o
livro, livre como o pensamento humano, contribuirá cada vez mais para que os
brasileiros consolidem uma nação economicamente desenvolvida, socialmente
justa, ambiental e politicamente correta, pluralista, tolerante e avançada no
exercício e no equilíbrio entre direitos e deveres! Por isso, reverenciamos a
democracia, a maior conquista de nossa sociedade!
*Karine Pansa, empresária do
setor editorial, é presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL). CÂMARA
BRASILEIRA DO LIVRO – CBL www.cbl.org.br
Fonte: http://site.adital.com.br
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