China liberta advogado defensor da liberdade religiosa
A China libertou, nesta
quinta-feira, um importante advogado dos direitos humanos, que ficou preso por
três anos.
Gao Zhisheng esteve preso desde dezembro de 2011, em uma prisão isolada
no oeste da região de Xinjiang. Ele foi acusado de promover subversão ao poder
estatal, de acordo com a agência de noticias oficial chinesa, Xinhua.
De acordo
com o irmão do ativista, que falou à agência internacional de notícias Reuters,
essa libertação significa o fim de um longo período de detenção, que à época
recebeu forte condenação internacional.
O irmão Gao Zhiyi disse por telefone
que não poderia dar muitas informações, que apenas poderia confirmar a
libertação de Gao e que agora ele se encontra na casa de um familiar.
Gao Zhisheng, advogado de
Beijing, tem 50 anos e tem sido preso e libertado por diversas vezes desde
2006. Ele disse, em entrevistas, que algumas vezes chegou a ser torturado. O
governo chinês não fez comentários específicos sobre o caso de Gao, mas
informou que tortura para extrair confissões é ilegal.
Gao atraiu atenção
internacional para sua campanha por liberdade religiosa, particularmente para
membros da Falun Gong, uma religião banida no país. Gao também foi defensor de
cristãos clandestinos e moradores envolvidos em disputas de propriedade com
funcionários do governo.
Durante o período em que esteve
preso, ele foi abandonado pela família, informou Maya Wang, da Human Rights
Wathc.
“A família dele só foi visitá-lo
duas vezes nos últimos três anos e todas as vezes que o encontravam só tinham
permissão de contar notícias de casa, nunca perguntar sobre a saúde e condições
dele na prisão”, contou Maya, que se diz preocupada que o advogado possa ter
sido libertado, mas ainda sofra perseguições em sua casa, como tem acontecido
em outros casos.
O governo do presidente Xi
Jinping tem reprimido dissidentes, prendido ativistas, calado blogueiros e
aumentado as restrições aos jornalistas, em atos que grupos dos direitos
humanos têm definido como a "pior supressão da liberdade de expressão nos
últimos anos".
Em junho, o país também prendeu
outro importante advogado, Pu Zhiqiang, o que espalhou revolta entre esses
grupos, tanto da China como do Ocidente.
Muitos advogados e jornalistas foram detidos
nos preparativos para a comemoração do aniversário dos protestos
pró-democráticos e sangrentos que ocorreram na Praça Tiananmen, em 1989.
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