"Estado Islâmico não fala por nenhuma religião", diz Obama
EUA confirmam autenticidade de
vídeo divulgado por jihadistas que mostra decapitação de jornalista americano.
Presidente promete justiça, enquanto Reino Unido investiga suspeita de que
executor seja cidadão britânico.
O governo dos Estados Unidos
confirmou na quarta-feira (20/08) a autenticidade do vídeo divulgado pelo
grupo extremista Estado Islâmico (EI) que mostra a decapitação do jornalista
americano James Foley.
Foley foi sequestrado por homens
armados na Síria em novembro de 2012. E a morte dele seria uma represália aos
ataques aéreos dos EUA no Iraque. Na quarta-feira, o presidente Barack Obama
prometeu que será feito todo o possível para tentar encontrar os responsáveis
pelo assassinato. Ele disse que o EI "não fala por nenhuma religião".
"Ele rapta mulheres e
crianças, tortura, estupra, escraviza e mata pessoas. Tem como alvo cristãos e
outras minorias e pretende cometer genocídio. Nenhum Deus justo apoiaria o que
eles fizeram e o que eles fazem todos os dias", afirmou Obama.
"Quando as pessoas ferem americanos em qualquer lugar, fazemos o que for
necessário para que a justiça seja feita."
O executor aparece no vídeo
falando em inglês britânico, o que levou o premiê do Reino Unido, David
Cameron, a interromper suas férias e voltar a Londres. O chanceler Philip
Hammond disse que sua equipe não se surpreendeu ao ouvir o sotaque, já que
Londres investiga a infiltração de cidadãos britânicos no grupo terrorista.
Diane Foley, mãe do fotógrafo
freelancer de 40 anos, pediu a libertação de outros "inocentes"
feitos reféns na Síria.
"Não poderíamos estar mais
orgulhosos do nosso filho. Ele deu sua vida para tentar mostrar ao mundo o
sofrimento do povo sírio", disse a mãe do fotojornalista numa página no
Facebook criada para defender a libertação do filho, a Find James Foley.
"Imploramos aos
sequestradores que poupem a vida dos restantes reféns. Tal como Jim, são
inocentes e não têm qualquer controle sobre a política do governo americano no
Iraque, na Síria ou em nenhum lugar do mundo", escreveu.
O vídeo divulgado na internet na
terça-feira mostra um homem mascarado e vestido de preto, que parece cortar a
garganta de Foley. Eles estavam numa área desértica, sem vegetação.
As imagens mostram ainda outro
jornalista americano, identificado como Steven Sotloff, o qual os jihadistas
também ameaçam executar caso Obama não encerre os ataques aéreos no Iraque. Os
dois jornalistas aparecem nas imagens usando uma túnica laranja, em referência
aos prisioneiros de Guantánamo.
Foley era considerado um repórter
experiente. Ele tinha feito a cobertura do conflito na Líbia antes de ir para a
Síria, de onde acompanhava a revolta contra o regime de Bashar al-Assad para
diversos veículos de comunicação.
Fonte: http://www.dw.de
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