Polarização não deve ser estendida à religião, diz Marina – Por Maria Carolina Marcello
Marina Silva: “Serei a presidente
de todos os brasileiros. Nosso Estado laico assegura o direito de quem crê, de
quem não crê".
A candidata do PSB à
Presidência da República, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira, em
encontro com associação de educação católica, que a polarização que vem
criticando na política não seja estendida a outros setores da sociedade como a
religião.
Evangélica, Marina é constantemente questionada sobre a influência de
sua escolha religiosa no desempenho de uma função política.
“Nós sempre tivemos uma
convivência adequada na diversidade social, cultural, religiosa. Não podemos
aprofundar a polarização que acontece erradamente na política para outros
setores da sociedade”, disse a candidata durante assembleia da Associação
Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec), em Brasília.
“Como presidente da República,
serei a presidente de todos os brasileiros. Nosso Estado laico assegura o
direito de quem crê, de quem não crê, e assegura sobretudo que Estado laico não
é Estado ateu.”
Ao discursar e responder a perguntas durante o evento da Anec
nesta segunda-feira, Marina deixou clara sua opção religiosa e defendeu o
respeito à diversidade religiosa.
A influência da religiosidade de Marina foi
posta em xeque após o episódio da revisão do capítulo sobre direitos para
homossexuais do programa de governo. O partido divulgou uma errata, que parte
do movimento LGBT considerou uma retrocesso.
Ao ser questionada sobre suas
propostas na área social, a candidata voltou a dizer que irá manter e aprimorar
programas como o Bolsa Família.
Marina aproveitou ainda para criticar o que
chama de “marketing selvagem”, contra o qual pediu que haja “discernimento”.
“Estão dizendo aí que vou acabar com tudo e ainda vou acabar com o resto”,
afirmou.
“Peçam a Deus para o povo discernir. Porque não dá para acreditar que
uma pessoa possa acabar com pré-sal, o Prouni, o Fies, o Pronatec, o Bolsa
Família, o Minha Casa Minha Vida, a transposição do São Francisco, a
Transnordestina, o 13o, as férias, privatizar a Petrobras, a Caixa Econômica, o
Banco do Brasil... Isso fere o bom senso, a inteligência do brasileiro.”
A
candidata se comprometeu a aperfeiçoar e encaminhar as ações do governo a uma
“terceira geração” de programas sociais, melhoria que será possível,
segundo Marina, em um contexto de retomada do crescimento, queda da taxas de
inflação e dos juros.
“Uma coisa perversa é o juro
alto. (Isso) baixa o investimento. Quem é que vai investir para ter uma
fábrica, ou uma pequena indústria, se ele pode especular no sistema
financeiro?”
Antes da conversa com representantes de instituições de ensino
católicas, Marina participou de encontro com ciclistas por causa do Dia Mundial
sem Carros, evento no centro de Brasília para o qual a candidata se dirigiu de
carro.
A presidenciável, que utilizou um táxi para se deslocar até a assembleia
da Anec, lamentou, entre uma foto e outra em que se posicionou ao lado de uma
bicicleta, não saber utilizar esse meio de transporte.
Marina criticou ainda sua
principal adversária na disputa eleitoral, a presidente Dilma Rousseff, que
tenta a reeleição, por utilizar o Palácio da Alvorada para conceder coletivas
sobre assuntos relacionados à campanha.
“O problema da reeleição é exatamente
esse, de criar uma confusão entre o uso institucional para o exercício da
função e o uso dos meios e equipamentos que são do Estado para a
campanha", disse.
"Essa é uma ambiguidade que será resolvida com o
fim da reeleição, que eu estou comprometida.”
Fonte: http://exame.abril.com.br
Comentários