SSP elabora curso para enfrentamento da intolerância religiosa – Por Thiago Freire
Com 3 meses de atraso, a
Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), através da Ouvidoria do órgão,
elaborou a programação do curso específico para os agente da segurança pública
para enfrentamento da intolerância religiosa, diálogo e garantia de proteção
adequada às minorias, após recomendação do Ministério Público Federal (MPF).
A recomendação do MPF para a SSP
foi feita em maio deste ano, e dava 60 dias para promover a capacitação dos
policiais civis e militares, e 120 dias para propiciar espaços de recebimento
de denúncias.
O ouvidor do Estado, Aloízio Paes, que coordenou a elaboração do curso, afirmou que nos próximos 30 dias o conteúdo programático estará liberado para uso em um curso de capacitação.
O ouvidor do Estado, Aloízio Paes, que coordenou a elaboração do curso, afirmou que nos próximos 30 dias o conteúdo programático estará liberado para uso em um curso de capacitação.
“Vamos estudar a melhor forma de
este curso alcançar o maior número de policiais. O ideal é que o curso seja
presencial. O curso será inserido na formação básica dos próximos policiais que
entrarem no sistema de segurança pública", disse o ouvidor.
A capacitação
será realizada pelo Instituto Integrado de Ensino de Segurança Pública do
Estado (Iesp-Am). De acordo com o Aloízio Paes a
ouvidoria acolhe todas as denúncias referentes ao tema e dá encaminhamento
necessário.
Ainda segundo Aloízio, a
ouvidoria do Estado, em parceria com três associações ligadas a religiões de
matriz africana, elaborou uma cartilha da Campanha em Defesa da Liberdade de
Crença e Contra o Ódio religioso. O material será lançado ainda este mês em um
grande evento, ainda sem data definida.
Crimes
Em maio deste ano, o Diário do
Amazonas fez uma matéria mostrando que em 9 anos, cerca de 15 pais e mães
de santo sofreram crimes de intolerância religiosa, segundo dados da
Articulação Amazônica de Povos Tradicionais de Matriz Africana (Aratrama). Os
dados foram usados pelo MPF para realizar as recomendações a SSP.
Na entrevista, o procurador da
República, Júlio José Araújo Júnior, explicou que a recomendação foi resultado
de inquérito civil público, que mostrou o aumento de crimes por intolerância
religiosa em Manaus.
“As comunidades tradicionais e
seus representantes apresentaram casos que iam de violências cotidianas até
físicas, em audiência pública realizada ano passado. Após isso, apurarmos e
percebemos que, embora exista na Casa Civil um projeto de delegacias
especializadas, os órgãos de segurança deram respostas genéricas e não souberam
dar detalhes dos crimes, pois não apuram essa diferenciação”, explicou Júnior.
Fonte: http://new.d24am.com
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