Salman Rushdie sobre Charlie Hebdo: é preciso satirizar a religião



O escritor britânico Salman Rushdie, que já foi ameaçado de morte pelos islamitas, afirmou na quarta-feira que as religiões não devem ficar de fora das sátiras, ao comentar o ataque contra a revista de humor francesa Charlie Hebdo.

"As religiões, como todas as outras ideias, merecem críticas, sátiras e, sim, nossa falta de respeito e medo", afirmou, em um comunicado, o autor de: "Os versos satânicos", uma obra de 1988 que o obrigou a viver durante anos escondido porque o líder iraniano Aiatolá Khomeini pôs sua cabeça a prêmio.

Rushdie acrescentou que "a religião, uma forma medieval de falta de lógica, se converte em uma ameaça para nossas liberdades quando se combina com as armas modernas".

"Este totalitarismo religioso provocou uma mutação mortal no coração do Islã cujas consequências se viu hoje em Paris", sentenciou Rushdie, que usou no Twitter a hastag: "je suis Charlie" (Eu sou Charlie) com o qual o mundo se solidarizou com a revista.

"Estou com Charlie Hebdo, como todos temos de estar para defender esta arte da sátira, que sempre foi um motor da liberdade e contra a tirania, a desonestidade e a estupidez".

Doze pessoas morreram e dez ficaram feridas nesta quarta-feira em um ataque de homens armados e aos gritos de "Alá é grande" contra a sede da revista.

No ataque, foram mortos os renomados chargistas Wolinski, Charb, Cabu e Tignous.





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