Eduardo Cunha critica discriminação da mídia contra políticos evangélicos: “Agride o Estado laico” - Por Tiago Chagas
Há preconceito contra políticos
evangélicos. Essa é a visão do novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), integrante da bancada evangélica.
Em uma publicação recente, Cunha
afirmou que na mídia, não se fala sobre a religião de qualquer parlamentar que
não seja evangélico, mas no caso dos que professam a fé cristã protestante,
existe uma pré-disposição em associar os posicionamentos políticos à religião.
“É preciso parar de discriminar a
atuação de deputados evangélicos porque tem os seus projetos e são atendidos
igual aos outros no regimento”, escreveu Cunha em seu perfil no Twitter.
Um dos motivos que suscitaram
críticas a Cunha nos últimos dias foi sua decisão de criar uma Comissão
Especial para apressar a discussão e a votação do Estatuto da Família, projeto
que pretende definir a família como a união de um homem e uma mulher, além de
seus filhos.
As críticas de diversos setores
da sociedade aconteceram porque a possível aprovação do projeto pode resultar
no impedimento legal que casais homossexuais possam adotar filhos.
Cunha criticou o destaque dado
pela imprensa à criação da Comissão Especial e a associação do teor do projeto
à religião do autor, o deputado evangélico Anderson Ferreira (PR-PE).
“Já recriei e recriarei várias
Comissões Especiais de diferentes projetos em tramitação, conforme prevê o
regimento. É muito estranho só falarem da recriação das Comissões pedidas por
deputados evangélicos. Já é absurdo, carimbaram. Quando é deputado evangélico,
sempre há referência com a religião. Ninguém fala sobre deputados católicos,
espíritas, etc. Mas falam sempre ‘evangélico’ quando ele é evangélico. Isso é
discriminação pura e agride a laicidade do estado”, disparou o presidente da
Câmara dos Deputados.
A postura de Eduardo Cunha em
peitar o Poder Executivo e explorar ao máximo o regimento interno da Câmara dos
Deputados para dar andamento a projetos que estavam preteridos pela
administração anterior foi elogiada no meio evangélico.
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