“A verdadeira solução do problema do terrorismo é ideológica. O fator chave é participação dos líderes religiosos, e eu apoio isso plenamente…
"O problema que enfrentam hoje
todos os países, onde há grande diáspora muçulmana, é a atividade de canais por
satélite extremistas, baseados na ideologia wahhabita e financiados pela Arábia
Saudita. O mesmo se aplica às redes sociais. Este é um problema muito grande”,
disse Assad.
Ele lembrou que o radicalismo não
é uma característica do Islã e o terrorismo sempre é terrorismo onde quer que
seja praticado.
“O Islã é uma religião de paz, bem como outras religiões
abraâmicas. Infelizmente, depois de estudar muitos casos dos terroristas na
Síria, podemos dizer que a transição da moderação ao extremismo foi rápida.
Razão disso é a fraca posição do Islã moderado em família e na sociedade”,
disse o presidente.
Ele afirma que a guerra na Síria não é civil porque para isto é necessária a separação religiosa e étnica. Na Síria, não há estes fatores, mas o país enfrenta uma constante interferência externa nos seus assuntos internos.
“Afirmamos constantemente e
acreditamos que qualquer problema deve chegar a uma decisão por meios
políticos. Em nosso caso, a forma é o diálogo intersírio. Para isto ser bem
sucedido, deve permanecer livre da influência externa sobre os participantes no
diálogo. O problema é que algumas das pessoas que tomam parte no diálogo são
apoiadas por Estados ocidentais e regionais e têm um impacto sobre suas
decisões … Para ter êxito, o diálogo intersírio precisa neutralizar a
intervenção estrangeira e interromper o fornecimento de armas aos terroristas
de Turquia, Arábia Saudita, Qatar e vários países europeus”, disse Assad.
Ele avalia positivamente
as consultas intersírias que serão realizadas em Moscou em abril: “A
iniciativa da Rússia é importante porque reafirmou o compromisso de uma solução
política para a Síria, e, assim, frustrou os planos daqueles no Ocidente que
chamam para a guerra, especialmente os EUA, a França e a Grã-Bretanha”.
Assad acredita que as crises
na Síria e na Ucrânia foram provocadas para enfraquecer a Rússia e criar
Estados fantoches.
“Isso é uma visão ocidental e colonialista… Se eles não
gostam de qualquer Estado, eles tentam mudar o governo ou o presidente… Vemos a
mesma coisa hoje na Ucrânia. E é o seu propósito na Rússia. Eles não gostam do
Presidente Vladimir Putin, e eles o demonizam-no. É assim em todos os lugares.
Mas eu gostaria de enfatizar que o povo sírio vai mesmo decidir o seu destino”,
disse Assad.
O presidente sublinhou que a
Rússia desempenha o papel muito importante no reforço da estabilidade no mundo.
“Neste sentido, posso dizer que saudamos a expansão da presença da Rússia no
Mediterrâneo oriental, especialmente em nossas costas e nos nossos portos”,
disse.
Fonte: http://br.sputniknews.com
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