Religião como sistema simbólico, na perspectiva de Cliford Gertz e Mircea Eliade – Por José Justino Porto
O grande número de religiões no
Brasil faz da “fé” um grande mercado para mais de 200 milhões de consumidores
sedentos para resolver de vez suas angústias, decepções, frustrações, etc.
São
católicos com dezenas de congregações, evangélicos divido em batistas,
presbiterianos, pentecostais e neopentecostais, além das religiões de cada
país.
Em todo lugar, o sagrado contém
em si mesmo uma obrigação intrínseca: ele não apenas encoraja a devoção como a
existe; não apenas induz a aceitação intelectual como reforça e compromisso
emocional.
Formulado como mana, como brahma
ou como a Santíssima Trindade, aquilo que é colocado à parte, como além do
mundano, é considerado, inevitavelmente, como tendo, implicações de grande
alcance para a orientação da conquista humana. Não sendo meramente metafísica,
a religião também nunca é meramente ética.
Concebe-se que a fonte de sua
vitalidade moral repousa na sua fidelidade com que ela expressa a natureza
fundamenta da realidade. Sente-se que o “deve” poderosamente coercivo cresce a
partir de um “e” factual abrangente e, dessa forma, a religião é fundamentada
às exigências mais específicas da ação humana nos contextos mais gerais da
existência.
O homem das sociedades arcaicas
tem tendência para viver o mais possível no sagrado ou muito perto dos objetos
consagrados. Essa tendência é compreensível, pois para os “primitivos” como
para o homem de todas as sociedades pré-modernas, o sagrado equivale ao poder
e, em última análise, a realidade por excelência. O sagrado está saturado de
ser. Potencia sagrada quer dizer ao mesmo tempo da realidade, perenidade e
eficácia.
A oposição sagrado/profano se
confundem, e traduz nas festas da Bahia, mais especificamente em Salvador, na
festa de São Roque e São Lázaro. São Santos da Igreja Católica e Orixás do
Candomblé.
Os Padres no ofertório as baianas
comungam com os ministros da Eucaristia, ao final da celebração, os Orixás dão
banhos de “água de cheiro”, tirando os “maus fluidos” e “mal olhados”. Os
símbolos dão o tom mágico nas celebrações, e consequentemente na festa.
Em última instância, o modo de
ser sagrado e profano dependem das diferentes posições que o homem conquistou
no Cosmo e, consequentemente, interessam não só ao filósofo mas também a todo
investigador desejoso de conhecer as dimensões possíveis da experiência humana.
(José Justino Porto, historiador,
geógrafo e sociólogo, mestre em Ciência da Religião PUC-GO, professor da rede
estadual de ensino.jjtininho@Gmail.com)
Fonte http://www.dm.com.br
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