Tim Cook: leis de liberdade religiosa pró-discriminação são perigosas


O CEO da Apple falou sobre cerca de 100 leis em 12 estados dos EUA que, ao serem aprovadas, autorizariam a discriminação, algumas com base no argumento de 'liberdade religiosa'.

Tim Cook escreveu uma coluna no Washington Post repudiando uma movimentação do legislativo americano que usa a religião como argumento para autorizar a discriminação.

Se trata de um conjunto de leis que está sendo analisado em cerca de 12 estados. Um exemplo é uma lei promulgada em Indiana na semana passada que afirma que indivíduos podem citar sua religião e suas crenças pessoais para se recusar a prestar algum tipo de serviço. Um exemplo: um vendedor pode se recusar a atender um cliente homossexual e usar sua religião como justificativa, e não ser julgado por discriminação.

Outra lei considerada no Texas tiraria os salários de trabalhadores de cartórios que emitam certidões de casamento para casais do mesmo sexo.

"Essas leis racionalizam a injustiça fingindo defender algo precioso a muitos de nós. Elas vão contra os princípios pelos quais a nossa nação foi fundada e têm o potencial de destruir décadas de progresso rumo a uma maior igualdade", escreve Cook.

"Na Apple, nós podemos enriquecer e dar mais poder à vida de nossos clientes. Tentamos fazer negócios de forma justa e honesta. É por isso que, em nome da Apple, eu me oponho a essa nova onda de legislação, onde quer que ela apareça. Escrevo na esperança de que muitos mais vão se juntar a nós nesse movimento".

"Tenho uma grande reverência pela liberdade religiosa. Fui batizado em uma igreja batista e minha fé sempre foi parte importante da minha vida. Mas nunca fui ensinado, nem acredito, que a religião deve ser usada como uma desculpa para a discriminação".


Em 2014, Tim Cook escreveu um artigo em que afirmava ter orgulho de ser gay. "Eu não me considero um ativista, mas eu percebo quando eu tenho me beneficiado do sacrifício de outros. Então se ouvir que o CEO da Apple é gay pode ajudar alguém lutando para chegar à ciência de quem ele ou ela são, ou trazer algum conforto a qualquer um que se sinta sozinho, ou inspirar as pessoas a insistir em sua igualdade, então vale a pena trocar isso pela minha privacidade”, declarou na ocasião.



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