Justiça israelense salva zona cristã palestina do muro de separação
A justiça israelense salvou na
quinta-feira (02/04) um local emblemático para os cristãos palestinos, ao rejeitar o
traçado do muro de separação proposto na zona pelo ministério da Defesa,
indicou a Suprema Corte.
Após quase dez anos de batalha legal, a Suprema Corte de Israel deu a razão aos
habitantes do vale de Cremisan, local importante no patrimônio cristão
palestino próximo a Belém.
A estes se uniram freiras em sua luta para impedir a passagem por suas terras
do famoso muro, chamado "do apartheid" pelos palestinos, entre
Jerusalém e Cisjordânia. Os habitantes do povoado cristão de Beit Jala, o convento e o monastério
corriam o risco de perder importantes parcelas de terra, segundo os opositores
ao projeto. E o muro, de vários metros de altura, separaria o convento do
monastério.
Os dois edifícios também ficariam isolados das populações que ajudam. A Suprema Corte rejeitou o traçado decidido pelo ministério israelense da
Defesa, e pediu à administração que apresente outras opções que não afetem
desta forma a população local nem o monastério e o convento da ordem salesiana,
explicou uma porta-voz do Tribunal.
O papa Francisco rezou não muito longe dali, em frente ao muro, durante sua
visita em 2014 a Belém, lugar onde, segundo a tradição, Jesus Cristo nasceu. Os israelenses começaram a construir esta barreira que afeta a vida de muitos
palestinos em 2002, em plena Intifada, invocando a necessidade de colocar fim
aos atentados. Atualmente dois terços do traçado foram finalizados, e quando
estiver terminado deve contar com 712 quilômetros de comprimento.
Segundo a ONU, seu traçado se encontra na Cisjordânia em 85%, e mantém isolado
9,4% do território palestino, incluindo Jerusalém Oriental, a parte da cidade
ocupada e anexada por Israel. O Tribunal Internacional de Justiça julgou em 9 de julho de 2004 que sua
construção era ilegal e exigiu seu desmantelamento, assim como a Assembleia
Geral da ONU.
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