Ensino religioso devia ser obrigatório nas escolas públicas/PT
Professor universitário defende
considera-o fundamental para a preservação dos valores da sociedade laica.
O professor universitário João Duque defendeu hoje, em Lisboa, o ensino religioso obrigatório nas escolas públicas, considerando-o fundamental para a preservação dos valores da sociedade laica.
"Uma disciplina para todos
e, portanto, obrigatória, tendo em conta que o ensino religioso tem um impacto
social significativo", disse João Duque. João Duque, da Universidade
Católica de Braga, falava à agência Lusa à margem da conferência de abertura do
Fórum Internacional do Ensino Religioso, que decorre hoje (07/05) e sexta-feira (08/05) em
Lisboa.
O especialista sublinhou o
impacto do ensino religioso "nas convicções nos valores fundamentais
ocidentais" e no "conhecimento da tradição religiosa" para
evitar fundamentalismos. O professor universitário considerou ainda que o
atual programa de religião e moral já corresponde a esta ideia.
"O programa é suficientemente
aberto e esclarecedor sobre todas as opções religiosas e sobre a opção não
religiosa e suficiente autocrítico da tradição religiosa",
disse. "Não é proselitista, nem fundamentalista. Todas as confissões
religiões lá aparecem suficientemente esclarecidas e não são apresentadas como
inimigas", acrescentou.
Defendeu, no entanto, que é preciso que esteja acessível a todos os alunos. "As pessoas que não passam pela religião e moral com que informação ficam sobre as religiões? Tanto podem construir imagens falsas das religiões como podem assumir uma posição fundamentalista em relação à sua tradição religiosa", disse.
"Como vamos contrariar o fundamentalismo de determinadas tradições religiosas se não ajudarmos as crianças na escola a superar esse fundamentalismo?", questionou.
João Duque considerou que cabe à
Igreja Católica "a principal responsabilidade" pela educação
religiosa nas escolas. "A maioria católica tem um papel que não é a
formação no catolicismo simplesmente", sublinhou. Reclamou, por outro
lado, uma ação mais proactiva por parte do Estado.
"O Estado podia ser mais
proactivo e assumir que isto era importante e, em relação, com as principais
confissões religiosas considerar que este trabalho é muito importante nas
escolas e que todos os alunos o deviam ter" reforçou.
Durante a sua intervenção na sessão de abertura do fórum, João Duque sustentou que o ensino religioso nas escolas defende as sociedades laicas, criando um espírito autocrítico e fomentando o respeito pela diversidade.
O académico sustentou que a ideia de que a laicização da sociedade é um dado adquirido "é cada vez mais contestada [...]pelas atitudes mais fundamentalistas" e adiantou que defesa dessa laicidade "implica, precisamente, o ensino público da religião em contexto escolar".
Durante a sua intervenção na sessão de abertura do fórum, João Duque sustentou que o ensino religioso nas escolas defende as sociedades laicas, criando um espírito autocrítico e fomentando o respeito pela diversidade.
O académico sustentou que a ideia de que a laicização da sociedade é um dado adquirido "é cada vez mais contestada [...]pelas atitudes mais fundamentalistas" e adiantou que defesa dessa laicidade "implica, precisamente, o ensino público da religião em contexto escolar".
Considerando que a escola é das
instituições com maior diversidade de identidades e proveniências, condições
sociais, origens étnicas, identificações culturais e religiosas, João Duque
defendeu que "não pode fechar os olhos a essa diversidade". Para João Duque, o ensino da
religião na escola pública pode ajudar os cidadãos, mesmo os não religiosos, a
criarem o hábito de uma "atenção lúcida" à realidade de que
"pode resultar a atitude de respeito pelo que é diferente".
O Fórum Internacional do Ensino Religioso reúne hoje e sexta-feira em Lisboa especialistas portugueses e brasileiros, para debater o ensino religioso em Portugal à luz da realidade brasileira não confessional deste ensino e de uma sociedade europeia laicizada onde a questão religiosa é cada vez mais evidente.
Ao longo dos dois dias será analisada também "a pertinência e necessidade do ensino religioso numa sociedade que procura cada vez mais separar tudo o que é religioso da esfera pública".
Fonte: http://www.tvi24.iol.pt
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