Crise de fé: 2.000 igrejas serão fechadas na Inglaterra - Por Jarbas Aragão
A Igreja da Inglaterra, conhecida
como episcopal anglicana no resto do mundo, possui 16.000 igrejas no Reino
Unido, contando com algumas centenas de capelas, além de 42 catedrais.
Com o
cristianismo entrando em declínio, a exemplo da maior parte da Europa, a opção
administrativa é fechar pelo menos 2.000 templos. Nesses locais, reúnem-se
regularmente menos de dez fiéis. A maioria é idosa e as ofertas são poucas e
esparsas. Isso inviabiliza os custos de manutenção.
A opção é transformá-las em
“igrejas de feriado”, que só abrem nas semanas do Natal e da Páscoa, quando
muitos cristãos nominais procuram alguma igreja por hábito. Segundo um relatório publicado
esta semana, a Igreja da Inglaterra possui menos de 800.000 fiéis indo a um de
seus templos aos domingos.
Os índices são menos de metade do que na década de
1960, quando o liberalismo teológico se tornou a norma. Atualmente a igreja anglicana
aceita o casamento homossexual e possui líderes abertamente gays.
No último censo do governo, o
cristianismo ainda é a maior religião na Inglaterra e no País de Gales, com
33,2 milhões de seguidores. Uma redução de 4,1 milhões em relação ao censo
anterior, de 2001. Em média, nas últimas duas décadas, são fechados 25
templos cristãos por ano no país.
Muitas das igrejas são monumentos
históricos e o relatório afirma que elas “ajudam na proclamação do evangelho
apenas por estarem lá”. Mas não diz de que forma isso acontece.
O maior debate é sobre a
possibilidade de se vender todos esses templos, que seriam inevitavelmente
demolidos para dar espaço a novos edifícios. O valor maior é do terreno,
geralmente com localização central.
O bispo de Worcester, John Inge,
que presidiu a produção do relatório, afirmou: “Nossas igrejas são um sinal
visível da fé cristã em toda a Inglaterra, além de ser uma parte incomparável
do patrimônio de nosso país. Esperamos, portanto, que este relatório seja um
catalisador para a discussão sobre como as igrejas podem ser melhor cuidadas e
utilizadas para o bem comum”.
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