EUA denunciam antissemitismo europeu e ataques do EI
Os Estados Unidos denunciaram
na quarta-feira (14/10) que o antissemitismo aumentou consideravelmente na Europa
Ocidental em 2014 e identificaram as ações de organizações jihadistas, como o Estado
Islâmico (EI) e o Boko Haram, contra grupos religiosos como a tendência
mais preocupante em respeito à liberdade de culto.
Esses são os dois fenômenos de
destaque no relatório anual sobre a liberdade religiosa no mundo
publicado pelo Departamento de Estado dos EUA hoje, mas relativo ao ano
passado. "As minorias religiosas
deveriam ter os mesmos direitos que as maiorias", disse o secretário de
Estado americano, John Kerry, durante a apresentação do relatório.
O documento destaca que França e
Alemanha viveram ao longo de 2014 "uma onda de sentimento contra Israel
que cruzou a linha em direção ao antissemitismo". "O auge do antissemitismo na
Europa Ocidental em 2014 fez com que muitos questionassem a viabilidade das
comunidades judaicas nesses países", indica o relatório.
Apesar da maioria dos incidentes
terem sido discursos de incitação ao ódio e profanação de instituições ou
monumentos, outros foram violentos, como o atentado ao Museu Judeu de Bruxelas,
na Bélgica, em maio do ano passado, quando morreram quatro pessoas. O responsável do Departamento de Estado
para a Liberdade Religiosa, David Saperstein, alertou também para um certo
sentimento antimuçulmano em parte da Europa. Em declarações aos jornalistas,
ele pediu que os governos não discriminem os refugiados que estão chegando ao
continente em razão de sua fé islâmica.
O relatório destaca o crescimento
de atores não governamentais que atacam liberdades religiosas e "teriam
cometido alguns dos abusos de direitos humanos mais desprezíveis do ano
passado". No Iraque e na Síria, afirma o
documento, o EI "tratou de eliminar os membros de qualquer grupo que
considerasse fora de sua violenta e destrutiva interpretação própria do Islã,
provocando o deslocamento forçado de centenas de milhares de pessoas e
realizando execuções maciças".
Esse cenário foi agravado pelo
presidente sírio, Bashar al Assad, que, segundo os EUA, "promoveu uma
narrativa sectária" no país e não atuou para "deter os ataques do EI
contra grupos religiosos". Na bacia do lago Chade, que
compreende regiões de Nigéria, Camarões, Chade e Níger, os radicais islâmicos
do Boko Haram "perseguiram deliberadamente cristãos e muçulmanos que
denunciaram ou se opuseram à ideologia extremista do grupo".
O Departamento de Estado dos EUA
destaca o sequestro em Abril do ano passado de mais de 200 meninas, em sua
maioria cristã, na cidade de Chibok (na Nigéria), que se transformaram em
escravas do Boko Haram e foram convertidas à força ao Islã. O documento condena também a
aplicação de leis sobre blasfêmia e apostasia no Paquistão, Sudão e na Arábia
Saudita, além da "execução, detenção, assédio e discriminação" de
minorias no Irã.
Também denuncia a repressão de
igrejas cristãs e as repressões aos muçulmanos uigures e aos budistas tibetanos
na China, assim como a "limitação da liberdade de expressão relativa à
religião" na Índia.
Fonte: http://exame.abril.com.br
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