Ao julgar construção de igreja pelo Estado, ministro recita Oração de São Jorge - Por Pedro Canário
Antes de começar o voto em que defendia
que manifestações religiosas não ferem o princípio da laicidade do Estado, o
ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça, pediu
licença. Queria recitar a Oração de São Jorge, aquela que fala das roupas e das
armas de Jorge.
O caso discutia a construção da
Igreja de São Jorge, no Rio de Janeiro, com dinheiro do Estado, autorizada pelo
então governador César Maia. Napoleão, relator do recurso na 1ª Turma, foi o
vencedor. Defendeu que o princípio da laicidade estatal não impede o Estado de
promover ações em favor da religiosidade de uma comunidade.
“Eu andarei vestido e armado com
as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me
alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em
pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão,
facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se
arrebentem sem o meu corpo amarrar”, entoou.
Depois, fez um retrospecto da
história das religiões e das manifestações religiosas no Brasil. “Eu mesmo sou
filho de Ogum”, disse, lembrando dos orixás do Candomblé para falar do
sincretismo religioso no país. Ogum é o senhor da guerra e do ferro, comumente
associado a São Jorge, o santo guerreiro da Igreja Católica.
Fonte: http://www.conjur.com.br
Comentários