O dia em que a Tailândia celebra Buda
O budismo é uma componente essencial da cultura
tailandesa, assumindo uma influência que se espalhou pelo mundo inteiro.
Na
segunda edição do Thai Life, exploramos os fundamentos daquela que é a quarta
maior religião do planeta, a partir de um dos dias mais importantes do
calendário budista: o Visakha Bucha.
Esta é a altura em que toda a Tailândia
celebra o nascimento, a iluminação e a morte de Buda. Este ano, as festividades
chamaram ainda mais visitantes, porque se assinalam 2600 anos desde que Sidarta
foi iluminado.
Buda, o iluminado, não é adorado como um
santo, é antes considerado um exemplo. Esta religião não tem um Deus. A base do
budismo é o desenvolvimento espiritual do indivíduo. Tudo consiste na
aprendizagem e na aplicação dos conselhos de Buda na vida diária, como explica
o monge britânico Ajahn Jayasaro.
“O budismo é uma religião diferente daquelas
que conhecemos no Ocidente. Se as religiões ocidentais podem ser consideradas
como sistemas baseados na crença, o budismo baseia-se na educação. É, portanto,
uma ideia completamente diferente do que deve ser uma religião”, explica
Jayasaro.
Para Chantri Srivichai, o dia de Visakha
Bucha representa tempo de qualidade com a família. Juntamente com as cunhadas,
Chantri dirige-se ao mercado local para preparar as oferendas que vai deixar
aos monges:
“damos esmolas, damos comida acabada de fazer, no caso, asas de
frango. Também temos doces tailandeses e a sopa tradicional.” Chantri e a sua
família levantaram-se às 4 da manhã. Vestiram as melhores roupas para ir ao
templo.
Centenas de seguidores vêm entregar as suas oferendas, aguardando o
momento em que os monges descem da montanha.
É uma dinâmica de simbiose. As pessoas
fornecem ajuda aos monges, entre comida e esmolas, e estes retribuem com apoio
espiritual. A meditação é o grande pilar de um ritual que emergiu do coração do
budismo para se popularizar no mundo inteiro.
Para Ajahn Jayasaro, “a nossa
vida é tão acelerada e ocupada que perdemos a ligação com o mundo interior.
Quando nos conseguimos desprender do vício da atividade constante, acalmamos a
nossa mente, deixando que o conhecimento interior se instale. É algo que já lá
está, mas com que não conseguimos comunicar, nem ouvir.”
O auge das celebrações é o chamado Wien Tien,
uma procissão com velas, durante a qual os devotos circundam o templo três
vezes, com o lado direito do corpo voltado para Buda, de forma a limpar a alma.
Fonte: http://pt.euronews.com
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