Site reúne videoaulas legendadas de universidades do exterior
Não é preciso mais ir aos Estados
Unidos para ver uma aula do MIT (Massachusetts Institut Of Technology), à
Austrália para assistir a uma da University of New South Wales ou mesmo a São
Paulo para outra da USP (Universidade de São Paulo).
Um projeto está reunindo
conteúdo dessas e de outras universidades de relevância num único site, com
legendas e de graça: o Veduca.
Já são mais de 5.000 videoaulas
cadastradas de pelo menos 13 universidades – em sua maioria, americanas, o que
implica dizer que boa parte delas são em inglês. Para tentar resolver o
problema, existe um sistema de legendagem colaborativa, em que voluntários
traduzem e sobem as legendas sem receber pagamento por isso. Já são 214 os
vídeos traduzidos.
A ideia do site foi do engenheiro
aeronáutico Carlos Souza, que reuniu mais três sócios e começou a tocar a
página. “Saí no início do ano passado para um período sabático e fui estudar
modelos de negócio que estavam bombando nos EUA. Nesses estudos, encontrei o
movimento de open course [cursos abertos]”, diz.
Os vídeos estão disponíveis em um
sistema que permite que eles sejam copiados e distribuídos livremente. O que
Souza fez foi juntá-los no mesmo lugar. “Nós já batemos mais de meio milhão de
visitantes em seis meses sem gastar um centavo com publicidade”, afirma.
Universidades Brasileiras
A USP (Universidade de São Paulo)
e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) também têm projetos
semelhantes. Recentemente, a USP lançou o e-Aulas, que reúne mais de 800 vídeos
com aulas de professores da instituição. O site é dividido por áreas de estudo
e deve ganhar mais 1.500 videoaulas. Já a universidade de Campinas tem o
Unicamp Opencourseware, que reúne materiais didáticos de disciplinas da
graduação.
Mas, como ganhar dinheiro com
esse modelo? Publicidade e venda de livros e cursos. “Tenho negado propostas de
anúncios publicitários, pois quero que o primeiro anunciante seja uma marca
muito grande. Uma segunda parte do modelo de negócios é a venda de livros, que
já está no ar. Daqui a seis meses ou um ano vamos começar com venda de cursos.
Não era o objetivo principal, mas houve pedidos”, conta.
Legendagem
Os legendadores trabalham em
esquema de voluntariado: alguém que está com um inglês mais afiado pega um dos
vídeos, transcreve-o para português e sobe a legenda.
“Comecei a assistir os vídeos de
cálculo pelo site. Por gostar muito do conteúdo oferecido, o divulguei para
todos que conhecia”, conta Igor Mossinato, um dos voluntários. “Muitos dos meus
amigos não dominavam o inglês a ponto de conseguir acompanhar as aulas. Decidi
então, usar o meu tempo livre para contribuir com o site e usar essa
experiência para aperfeiçoar meu inglês”, afirma ele, que é graduado em física
pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
Outro dos legendadores, o
estudante de pós-graduação Vinicius Martins, de Brasília, diz que achou cursos
de sua área (matemática) e, como é difícil encontrar “qualquer material” sobre
o assunto em português, resolveu tentar fazer as legendas. “Ainda não terminei de traduzir
uma aula completa, mas posso dizer que essa primeira aula que estou traduzindo
já está um pouco complicada. Entendo o inglês e os termos matemáticos que o
professor usa, mas não é a toa que pessoas trabalham legendando. É difícil
passar para texto uma aula inteira em linguagem oral, encontrar um equivalente em
português para cada termo, expressão”, afirma.
Fonte: http://educacao.uol.com.br
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