Federais e USP lideram o 1º ranking universitário – Por Eduardo Knapp
Este caderno (Folha) traz o primeiro
ranking de universidades brasileiras, uma iniciativa de avaliação sistemática
do ensino superior no país.
Ao longo de oito meses, a Folha levantou dados de
publicações acadêmicas e, com o Datafolha, ouviu centenas de cientistas e
profissionais de Recursos Humanos para compor o RUF (Ranking Universitário
Folha).
Nele estão representadas 191
universidades, que operam com pesquisa, ensino e extensão- mais 41 centros
universitários ou faculdades, dedicados sobretudo ao ensino e onde há pouca
pesquisa. Montagem com cadeiras feita no prédio da Faculdade de Economia e
Administração da USP (Universidade de São Paulo).
A USP figura em primeiro lugar,
seguida pelas federais de Minas (UFMG) e do Rio (UFRJ). Entre as instituições
não universitárias destacou-se a ESPM, com a melhor formação em publicidade,
único curso que a USP não lidera, considerando-se os 20 maiores do país.
Até então, o Brasil dependia de
classificações globais ou, no máximo, continentais, que citam poucas
instituições brasileiras e desconsideram características nacionais. A
metodologia geral do RUF foi criada pelo grupo liderado pelo cienciometrista
(ciência que estuda a produção científica) da USP Rogério Meneghini, em
conjunto com a Redação da Folha.
DESTAQUES
Dos quatro aspectos analisados na
lista geral do RUF (pesquisa, ensino, reputação no mercado de trabalho e
inovação), a USP apenas não é primeira colocada em termos de inovação,
indicador que a Unicamp lidera.
Outro resultado que chama a
atenção é a boa avaliação das escolas privadas pelas empresas. Entre as 15
instituições mais citadas como melhores por profissionais responsáveis por
contratação, seis são pagas. Os cientistas têm visão diferente: só citaram uma
particular, a PUC-Rio, entre as melhores.
Entre as dez primeiras universidades
na lista geral, cinco estão no Sudeste; três no Sul, uma no Centro-Oeste e uma
no Nordeste. A melhor universidade do Norte, a federal do Pará, aparece na 24ª
colocação do ranking.
Informações como essas são
importantes para orientar políticas públicas, alunos, professores e
empregadores, pois mostram as instituições de destaque no país e as que estão
com defasagem.
Países como EUA, China, Alemanha,
Bulgária, Cazaquistão e Vietnã já fazem rankings nacionais. O Ministério da
Educação brasileiro faz uma avaliação de instituições, chamada de IGC (Índice
Geral de Cursos).
A metodologia, porém, não prevê
um ranking de instituições de ensino superior, apenas as classifica em grupos.
O levantamento do governo considera a nota dos estudantes em uma prova (o
Enade); a proporção de docentes com doutorado e as notas dos programas de
pós-graduação.
Não havia, até agora, um
indicador que abrangesse a visão do mercado de trabalho e a produção científica
das instituições.
Fonte: http://ruf.folha.uol.com.br
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