Igrejas da Capital sofrem constantes assaltos no Ceará


Paróquias de Fortaleza/CE são alvo de ações de arrombamentos, e religiosos pedem mais segurança.

A questão da insegurança atinge diferentes segmentos da sociedade. Agora, é o religioso que convive com o drama. Só a Igreja São Francisco de Assis, situada na Avenida Alberto Craveiro, 900, no bairro Dias Macedo, já sofreu 16 ações de arrombamento, em que furtos diversos foram registrados no local.

A Igreja São Francisco de Assis, no bairro Dias Macedo, já sofreu 16 ações de arrombamento, em que furtos diversos foram registrados.

Mas os religiosos não estão temerosos somente com o número frequente de furtos, o afastamento dos fiéis das missas nos templos situados em locais considerados vulneráveis também preocupa. Algumas igrejas estão tomando medidas de prevenção, colocando equipamentos e contratando seguranças.

"Sabemos que colocando cercas elétricas e sensores presenciais ou mesmo contratando pessoal (vigias), isso não impedirá a ação criminosa, mas ajuda a prevenir e dificultar arrombamentos", afirmou o padre José Élio Correia de Freitas, pároco da Igreja São Francisco de Assis.

Há dois anos e sete meses, padre Élio serve à paróquia, que, somente no mês de agosto, foi arrombada três vezes. Na primeira ocorrência, no dia 14 do mês passado, levaram R$ 6 mil; um data show; um computador e um DVD. Vitrais de duas janelas foram quebrados.

No segundo furto, acontecido em 23 de agosto, os ladrões roubaram material que seria utilizado em uma jantar beneficente, além de botijão de gás e garrafões de água. 

No dia 24, voltaram para levar mercadorias, mas um vizinho notou a ação e acionou a Polícia. Assustados, eles evadiram-se, deixando no local, um carro de mão e ferramentas que seriam utilizadas para concretizar a ação.

"Não existe mais respeito pelo espaço santo. Aqui também temos valores imateriais (sacros) de relevada importância para a igreja e só nos resta guarnecer mais ainda as peças da liturgia. Apelamos às autoridades para que priorize à segurança", diz padre Élio.

Uma outra paróquia que passa por situação difícil, é a Igreja São Francisco (Navegantes), do bairro Jacarecanga. Embora tenha sido arrombada três vezes, o que preocupa ao padre Francisco Bezerra do Carmo é o afastamento dos fiéis das missas.

Riscos

"Aqui, a situação é complicada. Estamos em um cinturão de favelas. Os nossos paroquianos têm sentido de perto a insegurança e deixam de comparecer às missas. Todos os dias acontecem roubos e assaltos. A vida humana corre risco. Infelizmente, o poder público não tem dado as condições de segurança que necessitamos", lamenta o vigário.

A Igreja do Rosário, no Centro, vem perdendo fiéis devido à insegurança. Viciados, ladrões e moradores de rua agem abordando quem passa ou entra na igreja. "Isso afasta frequentadores", disse o pároco Luis Albert, que para minimizar o problema distribui alimentos.

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS-CE), através de sua assessoria de comunicação, informou que a PM cuida da segurança da cidade como um todo e que compete a cada entidade religiosa tomar as medidas preventivas contra roubos. 

"Na cidade existem muitos templos e não há como evitar ações criminosas individualizadas. Com relação à segurança nas proximidades das igrejas, a PM através das viaturas do Honda, tem feito operações nas proximidades", diz a assessoria.

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