MPE se reúne com líderes de religiões de Matriz Africana para discutir combate à intolerância
Acontecerá, nesta terça-feira (16/04), a partir das 09h, no terreiro Ilê Axé Legionirê Nitó Xoroquê, localizado no complexo Benedito Bentes II, a reunião da 61ª Promotoria de Justiça da Capital, com líderes das religiões de Matriz Africana em Maceió.
O encontro foi proposto
pelo titular da referida Promotoria, promotor Flávio Gomes da Costa, e tem o
objetivo de apresentar o Ministério Público Estadual de Alagoas aos
representantes do Candomblé e da Umbanda e saber de que forma o MPE pode atuar
no combate ao preconceito e à intolerância religiosos.
"Nós vamos mostrar aos líderes
dessas religiões que eles, agora, têm um braço em sua defesa, dentro do
Ministério Público e que a 61ª Promotoria de Justiça da Capital foi criada,
dentro outros objetivos, para protegê-los e exigir respeito aos seus credos.
Também vamos ouvir essas pessoas sobre a situação dos terreiros e perguntá-las
se estão precisando da nossa ajuda. O MPE quer saber se pode, já de imediato,
atuar na defesa delas, no cenário religioso de Maceió", explicou Flávio
Gomes.
“É atribuição da nossa Promotoria
zelar pela liberdade religiosa, seja ela qual for. É por isso que a conversa
com esses líderes tem dois aspectos simbólicos importantes: primeiro, iremos
até um dos espaços deles para iniciar uma discussão, o que será uma ação
inédita e demonstra o nosso respeito; segundo, queremos ouvir e entender suas
reivindicações, para, em seguida, possamos, em conjunto, traçar caminhos para
garantir a liberdade de culto e consolidar direitos e deveres destas instituições”,
detalhou o Promotor de Justiça.
No processo de luta pelas suas
sobrevivências física, social e cultural, os seguidores do Candomblé e da
Umbunda utilizam variadas estratégias para não deixar que seus credos caiam no
esquecimento e se descaracterizem.
"Eles continuam brigando pela
preservação e reinvenção das práticas tradicionais. Territórios de resistência
política e cultural foram criados como espaços de enfrentamento da violência,
do fortalecimento da identidade, da memória coletiva e de vivência das
tradições de matriz africana. Entretanto, sobre essas comunidades, lideranças e
demais integrantes, tem incidido, historicamente, extrema brutalidade em função
do racismo e suas mazelas, pela negação de valor, de humanidade à
ancestralidade africana no Brasil e o MPE não vai aceitar que aceitar que esse
tipo de preconceito continue existindo", alertou Flávio Gomes.
Fonte: Ascom MPE e http://www.alagoas24horas.com.br
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