Religiões de matriz africana homenageiam Marcelo Déda - Por Laila Oliveira
Déda foi um profundo defensor das causas populares, abrigando no seio de suas
bandeiras a luta por um mundo livre das opressões e da intolerância religiosa,
mostrando respeito e admiração pela fé e culto da população afro religiosa.
Nesse momento de luto com a sua
partida os povos de terreiro farão uma homenagem ao governador petista, com um
cortejo que sairá às 8h da manhã da Colina do Santo Antônio, neste domingo, 8
de dezembro, dia da padroeira de Aracaju, Nossa Senhora da Conceição, no
sincretismo religioso OXUM, orixá da maternidade, das águas doce, da força e do
amor.
O cortejo seguirá em direção a
Catedral Metropolitana, onde acontece a tradicional Lavagem da Conceição após a
Missa Solene. As autoridades religiosas e a
comissão organizadora convida a população sergipana para participar dessa
homenagem, e ressalta a importância do uso de roupas brancas ou claras.
A Lavagem da Conceição é uma
manifestação cultural organizada pela Asserman que é presidida pela yalorixá
Angélica Oliveira, e por diversos terreiros de Candomblé e de Umbanda, e que
vem ganhando força ao longo dos anos e resistindo às diversas formas de
opressão.
A atividade religiosa acontece há
30 anos e recentemente entrou no Calendário Cultural do Estado de Sergipe,
reconhecida por lei municipal, e em 2012 pela Lei estadual 7.394 de autoria da
deputada estadual Ana Lúcia.
As mulheres das religiões de
matrizes africanas cumpriram historicamente o papel da manutenção dos cultos e
da resistência, desde o período da escravidão até os dias de hoje, apesar de
haver os babalorixás, foram elas que nos tempos mais remotos ocupavam esse
papel. É por reconhecer a grandeza dessas mulheres, e mães que Ana Lúcia criou
o Dia Estadual da Mulher Afro-Religiosa, Lei 7.101/2010, que é comemorado no
tão simbólico 8 de dezembro.
Devido a toda essa história de
resistência da população de religião afro, e sua contribuição cultural e social
que a professora e deputada Ana Lúcia também é autora da Lei nº7.054/2010 que
cria o Dia Estadual de Combate a Intolerância Religiosa, com o intuito de que
ela seja um dos instrumentos para o combate e superação das formas de opressão,
visto que a lei tem o intuito de abrir um espaço para debates e outras
discussões sobre a convivência entre religiões e a sociedade afim de combater
as perseguições sofridas principalmente pelas religiões de matrizes africanas.
Fonte: http://www.faxaju.com.br
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