A importância da educação no combate ao desemprego - Por Gilberto Alvarez Giusepone Jr. (*)



Mais de 73 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos de idade estão desempregados em todo o mundo.

Ao final de um ano marcado por inúmeras manifestações de jovens dispostos a lutar pela melhoria da sociedade brasileira, nos deparamos com uma notícia inquietante: mais de 73 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos de idade estão desempregados em todo o mundo. Isso representa 12,6% da população dessa faixa etária. 

Pior, o desemprego entre os jovens aumenta a cada ano. Em países da Europa mais afetados pela crise econômica, como Grécia e Espanha, por exemplo, os índices de desemprego juvenil são impressionantes: 54,2% e 52,2%, respectivamente.

O resultado foi divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), no relatório: "Tendências mundiais do emprego juvenil 2013 – Uma geração em perigo”. O estudo aponta que o mundo tem hoje, entre jovens e adultos, 201,5 milhões de desempregados. 

Na contramão da crise mundial, o Brasil aparece entre os países que mais geram empregos para os jovens. Segundo a OIT, o percentual de jovens brasileiros desempregados vem caindo a cada ano: passou de 22,6%, em 2002, para 13,7%, em 2012. Os índices de desemprego no país são os menores já vistos, mas o resultado não é suficiente para comemorar.

O crescimento do nível de emprego no Brasil é reflexo do aquecimento da economia, da elevação do poder aquisitivo das famílias, dos programas sociais do Poder Público, além da ampliação das possibilidades de acesso às universidades, sejam públicas ou privadas, por meio de linhas de financiamento ou bolsas de estudo. 

Programas criados pelo Governo Federal (Enem, ProUni, Sisu, Fies) permitem a mais jovens estudar e preparar-se para o mercado de trabalho. Porém, esses mesmos jovens não estão preparados para a universidade. 

Trata-se de uma herança de décadas de um Ensino Básico e Médio de péssima qualidade e que tem exigido de nossos jovens um esforço hercúleo para ultrapassar a defasagem de conhecimento. Seja por esforço próprio, seja por meio dos cursinhos pré-vestibulares.

O número de universitários brasileiros dobrou em uma década, saltando de três milhões para mais de seis milhões de matriculados por ano. Hoje, podemos afirmar que os jovens dos segmentos sociais menos favorecidos têm muito mais acesso à universidade do que tiveram seus pais. Mas isso não livra o Brasil de ter que buscar em outros países talentos capazes de ocupar os melhores postos no mercado.

O conhecimento é essencial para ser um profissional diferenciado. Mais que ter um diploma, o jovem deve se esforçar, ser curioso, gostar de ler, ter interesse pelo que acontece em seu país e no mundo, não se contentando apenas com o que é ensinado em sala de aula. A prova disso está na mudança dos vestibulares que, a cada ano, exigem um aluno “antenado”, que saiba raciocinar, interpretar e ligar os contextos históricos.

E essa é também uma responsabilidade dos governos, que precisam aparelhar nosso sistema de ensino com instalações adequadas e com professores motivados e preparados para despertar em seus alunos o gosto e a percepção da importância de absorver conhecimento.

O futuro da nação está nas mãos dessa juventude que tem vitalidade para gritar, mas que sofre as consequências da ineficiência do nosso sistema público de ensino. A resposta do poder público não pode demorar.

(*) Gilberto Alvarez Giusepone Jr. é especialista em Enem e diretor do Cursinho da Poli (SP)


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