Mahatma Ghandi e a paz – Por Marlene Salgado de Oliveira
Mahatma Ghandi foi o grande líder
que lutou pela independência da Índia e pela paz entre os hindus e muçulmanos.
No entanto, a grande força de Gandhi foi ter sido um verdadeiro ativista da não
violência. Na língua hindu, seu nome significa “a grande alma”.
Casou-se aos 13
anos de idade com uma menina de também 13 anos, teve quatro filhos, foi para
Londres cursar Direito e voltou ao seu país de origem para exercer sua
profissão.
Por seus feitos históricos na Índia, por sua forma de atuação em
favor da não violência e por seus pensamentos filosóficos sobre a paz e sobre o
respeito ao humano tornou-se um grande líder da humanidade.
Uma das grandes atuações
pacíficas de Gandhi em busca dos direitos de seu povo foi quando decidiu
desobedecer as “Leis do Sal” que proibiram os hindus de realizarem a extração
do seu próprio sal, obrigando-os a comprá-lo da Inglaterra e taxado com altos
impostos. Esta ação atingiu, especialmente, os pobres.
A palavra salário, do
latim salarium argentum, significa “pagamento em sal”. Naquela época o sal,
sendo uma iguaria muito cara, era trocado por alimento, vestimentas e pagava o
salário dos soldados romanos. Valia ouro.
O sal, extraído da água do mar ou das
minas de sal-gema, conserva, purifica, tornando-se símbolo de lealdade e permanência.
Se uma das características do sal é conservar os alimentos, a ideia estende-se
ao ato proposto por Gandhi: conservar a paz lutando em paz pelos ideais de
liberdade.
Assim, o líder hindu informou o
vice-rei que no dia 11 de março, o ano era 1930, iniciaria uma desobediência
civil: a “Marcha do Sal”, reivindicando a liberdade dos hindus de fabricarem o
seu próprio sal. Esta atuação, tinha por objetivo, também, converter os
britânicos à não violência, fazendo com que eles vissem o mal que estavam
fazendo à Índia.
A Marcha do Sal, uma de suas mais eficientes ações do
pacifista, começou em 12 de março de 1930 e terminou em 5 de abril, quando
Gandhi levou milhares de pessoas ao mar a fim de coletarem seu próprio sal ao
invés de pagar a taxa prevista sobre o sal comprado.
Outra estratégia eficiente do
líder hindu pela independência foi o boicote a todos os produtos importados,
especialmente os vindos da Inglaterra.
Propôs, então, que todos os indianos
deveriam vestir roupas caseiras e não comprar produtos têxteis britânicos, uma
das forças econômicas da Inglaterra, enfraquecendo, assim, o colonizador. Para
incluir as mulheres no movimento, Gandhi dizia que toda mulher rica ou pobre,
deveria gastar parte de seu tempo fabricando khadi, a roupa própria do povo.
Com isto, as mulheres que até então não participava de atividades políticas,
passaram a fazê-lo, conseguindo, com isto, que mais adeptos do povo
trabalhassem, pacificamente, pela independência.
Muitas outras ações foram
realizadas por Mahatma Gandhi. Todas elas negando a violência e pregando a paz.
Disse ele que “A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e
considerarmos como uma, toda a família humana. Quem faz distinção entre fiéis
da própria religião e os de outra, deseduca os membros da sua religião e abre
caminho para o abandono, para a irreligião.”
Falou também, dentre outras
pérolas, que o que destrói a humanidade é “a Política sem princípios; o Prazer,
sem compromisso; a Riqueza, sem trabalho; a Sabedoria, sem caráter; os Negócios,
sem moral; a Ciência, sem humanidade; a Oração, sem caridade.”
No próximo 30 de janeiro, Mahatma
Gandhi morreu. Mas isto foi em 1948. Enrolado na manta branca que lhe encobria
o corpo descarnado, Gandhi aproximou-se da multidão que o esperava, em Nova Delhi.
Mal o avistaram, cercaram-no.
Vieram de longe para ver “a grande alma”, o homem
que os libertou de dois séculos de domínio inglês. Em meio ao tumulto,
ouviram-se tiros. Gandhi cai com suas vestes brancas, manchadas pela violência.
Morre mas deixa a lição da humildade, da justiça, da humanidade.
Considerado por muitos o grande
homem do século XX, foi inspiração para grandes nomes da história mundial como
Winston Churchill, Einstein e Martin Luther King. Lutou pelos direitos dos
hindus na África do Sul.
A professora Marlene Salgado de
Oliveira é mestre em Educação pela UFF, doutorada em Educação pela UNED
(Espanha) e membro de diversas organizações nacionais e internacionais. e-mail:
recadodaprofessora@jornalsg.com.br
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