Desinteresse é principal causa da alta evasão escolar, segundo o BID - Por Ricardo Hashimoto, MSM
A Igreja Católica hoje comemorou
na última sexta (31/01) a festa de Dom Bosco, educador.
O seu sistema de ensino,
como todos os sistemas pedagógicos cristãos, baseia-se na frase de Cristo
“conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. É duro dizer isto, mas, na
educação brasileira, há muito pouca gente querendo conhecer a verdade.
Um estudo do BID aponta o
desinteresse dos jovens como a causa da alta evasão escolar brasileira. Segundo
o banco, isto sugere “uma possível deficiência na qualidade da educação e na
grade curricular para os jovens”. O fenômeno não pode ser analisado
isoladamente, já que faz parte de toda uma mentalidade do povo brasileiro.
O sistema escolar brasileiro
está, há décadas, infestado pelo marxismo (ou comunismo, socialismo, fascismo,
escolha o nome da sua preferência, é tudo essencialmente igual). O problema é
que, para Marx, não existe este negócio de “verdade”. O fundamento do marxismo
é a negação da existência do absoluto. Desta forma, o ensino marxista não busca
a realidade, a verdade das coisas; busca o aparelhamento ideológico.
Por outro lado, Nosso Senhor
Jesus Cristo disse “Seja o seu sim, sim; não, não”. Marxismo e cristianismo
opõem-se; um nega a verdade, o outro a busca. Os jovens brasileiros percebem,
então, que irão à escola não para ouvir verdades, mas mentiras. Irão a um tipo
de aula-trote. Por isso, fogem da sala de aula como o diabo da cruz.
Ao analisar a sociedade
brasileira, é fácil perceber que o brasileiro típico, hoje, busca vencer na
vida a qualquer custo, ganhar dinheiro. O resto não interessa. Educação,
conhecimento, verdade, tudo isso não passa de instrumento para se dar bem. Quem
vê a possibilidade de pegar o canudo para subir na vida, persiste; quem não vê,
desiste. Mas todos seguem a “lei de Gérson”, o culto à esperteza.
Olavo de
Carvalho define inteligência como a capacidade de apreender a verdade. A
esperteza, digo eu, pode ser definida como a capacidade de deixar os outros
para trás, passar-lhes a perna. Aquela é dom divino; esta, influência maligna.
Uma busca o bem comum acima de tudo, acima até do interesse pessoal; a outra,
busca o interesse pessoal acima de tudo, é a lei do cão, o vale-tudo, a lei da
selva. A rasteira e a facada nas costas se tornaram o pão nosso de cada dia.
O ponto de inflexão no
comportamento do brasileiro ocorreu na década de 1960, época repleta de
barbaridades. O concílio Vaticano II foi pautado pelo maldito pacto de Metz.
A
terceira parte do segredo de Fátima devia ter sido revelada por volta de 1960,
a pedido da Virgem. Não foi. Maria, em 13 de julho de 1917 havia comprado a
briga com o comunismo (“A Rússia irá espalhar os seus erros pelo mundo”); ela
previra o infame acordo entre bispos católicos e o Kremlin. Antevira também o
nascimento da Teologia da Libertação, concebida por Khrushchev em 1959.
No
Brasil, o golpe militar tirou momentaneamente os comunistas de cena, para, no
passo imediatamente posterior, entregar-lhes as universidades e a mídia de
massa. Em 1968, Marcuse insuflava a juventude em Paris.
Mas, acima de todas
estas porcarias, chegava às mãos das mulheres a pílula anticoncepcional. Com
este novo fruto da árvore da ciência do bem e do mal, o demônio seduziu a Eva
moderna. Se é para escolher um marco, um símbolo, um acontecimento do nosso
tempo de dificuldades, eu elejo a pílula. Ela atingiu a mais forte das paixões
humanas, a paixão sexual.
Face a ataques tão violentos, a
civilização ocidental bambeou. O nosso país sofreu mais do que os outros, por
diversos motivos. A frase evangélica “Conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará” define exatamente o oposto do que quer o brasileiro típico de hoje.
Não quer saber nem da verdade nem da liberdade dela advinda; muito menos, quer
saber do Autor da frase.
Se o BID está realmente
interessado na educação brasileira, de nada adianta alocar recursos em
melhorias salariais, prédios ou instrumentos pedagógicos. É uma estratégia
contraproducente. O correto é prestigiar quem está realmente interessado em
ensinar a juventude e tem capacidade para fazê-lo. Olavo de Carvalho, por exemplo.
Ricardo Hashimoto é engenheiro e
coach.
Fonte: http://www.epochtimes.com.br
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