Politécnico de Bragança cria espaço inter-religioso - Por Olímpia Mairos
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) criou um espaço para que alunos de
diferentes religiões possam fazer as suas orações.
É um espaço inter-religioso e inter-cultural, situado à entrada da Escola
Superior Agrária, e surge no âmbito da aposta daquele estabelecimento de ensino
superior na internacionalização dos seus alunos, que no último ano eram já
cerca de 900, entre os sete mil estudantes, e “com tendência a aumentar”.
Este ano, o IPB teve candidaturas dos PALOP e de muitos outros países
africanos, bem como da América Latina, Europa e do Oriente, como Bangladesh,
Paquistão, Nepal, Índia ou Irão.
Para Sobrinho Teixeira, presidente do IPB, Bragança “tem dado sempre um exemplo
de uma grande capacidade de acomodação da diversidade, de pessoas de diferentes
pensamentos, raças ou religiões”.
“A nossa perspectiva é ter uma atitude preventiva e afirmativa, de maneira a
que possamos fazer uma cultura de tolerância pela diferença”, afirma.
O espaço, despido de símbolos religiosos, está aberto a todas as crenças
religiosas e “corresponde a uma necessidade que se sentia de um espaço de
oração para todas as religiões, uma vez que o instituto tem muitos alunos de
diferentes latitudes geográficas, culturais e religiosas”, acrescenta o padre
Calado Rodrigues, responsável pela capelania do IPB.
O sacerdote explica que a ideia principal é aproximar os jovens das diferentes
religiões e criar “um ambiente de tolerância, de bom relacionamento”, para
superar as questões “de fanatismos, de intolerâncias, de falta de compreensão”.
Taizé em Bragança
O espaço inter-religioso abriu com a presença de três jovens alemãs, enviadas pela Comunidade de Taizé, no âmbito do encontro internacional que terá lugar de 9 a 16 de Agosto de 2015, na sede da comunidade Taizé, em França, em que se celebrarão os 100 anos do nascimento do fundador, Irmão Roger, e os 70 anos de existência desta experiência ecuménica.
Ao projecto de Taizé juntou-se o interesse do responsável pela capelania do IPB de que alguns jovens desta comunidade pudessem vir a este estabelecimento de ensino superior. E foi assim que estas três jovens voluntárias se “interessaram pelo projecto” e vieram até Bragança, por “quatro semanas”, explica Margarete Darscheid.
A jovem, de 21 anos, refere que o tempo em Bragança é passado com as pessoas, em oração e a realizar trabalho voluntário em instituições sociais.
Apesar da barreira da língua, Elisabeth Quarch, de 18 anos, destaca a forma “amistosa” como foram acolhidas. Reconhece que “comunicar não é muito fácil”, porque não falam português e as pessoas com quem lidam diariamente não dominam o inglês, “mas são todos amigos”, conta.
“As pessoas são simpáticas e abertas. Quando queremos, podemos falar com elas, dizer-lhes o que sentimos, como nos sentimos”, acrescenta Anna Fischhaber, de 18 anos.
“Gostamos que as pessoas se juntem a nós para rezar. Mesmo não conhecendo Taizé, estão abertas, cantam os cânticos e querem saber mais sobre Taizé. E isso é muito bom”, conclui.
Na hora de fazer o balanço da presença em Bragança, as três jovens alemãs respondem em uníssono: “foi muito bom”.
Fonte: http://rr.sapo.pt
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