A História Oculta da Humanidade – Por Devamrita Swami


As descrições na literatura védica de vida humana inteligente e avançada há milhões de anos são contrárias às evidências científicas relativas às origens do homem, ou contrárias apenas às evidências científicas selecionadas pelo meio acadêmico mainstream?

A base acadêmica estabeleceu sua própria existência na evolução gradual do intelecto e dos feitos do homem, do estado completamente primitivo à modernidade avançada. Contudo, os Vedas rejeitam claramente essa concepção. Por muitas décadas, destarte, deixaram-se os textos védicos empoeirarem no sentido de não serem tratados como compêndios de informações valiosas sobre o planeta e o universo.

Consideremos os temas nos Vedas que os fadaram à rejeição como tratados sérios ou, no melhor dos casos, relegados ao departamento de mitologia:

– A Terra é populada com vida inteligente há milhões de anos.
– A tecnologia disponível neste planeta milhares de anos atrás era muito mais avançada e sutil do que a tecnologia grosseira que temos agora.
– A versão atual da humanidade, isto é, a descendência que ocupa a Terra há aproximadamente 5 mil anos, carece de boa conduta e inteligência. Muitas culturas anteriores, desconhecidas pelas versões atuais da História, foram muito mais avançadas sob todos os aspectos.

Poucos acadêmicos mainstream consideraram com seriedade essas declarações védicas. Enquanto isso, a televisão mainstream apresenta isso como uma abundância de anomalias, em desacordo com as noções mais seguramente estabelecidas. A ideia científica padrão é que os humanos, como nós, são deveras recém-chegados. Antes de cerca de 100 mil anos atrás, aceita-se que havia apenas ancestrais similares a macacos. 

É dito que se originaram por volta de quatro ou cinco milhões de anos atrás. Antes deles, por volta de quarenta ou cinquenta milhões de anos atrás, os ancestrais primitivos, macacos primitivos, apareceram. 

A vida em si começou por acaso dois ou três bilhões de anos atrás.
Apesar da simplicidade cristalizada dessa história, problemas estão fermentando sobretudo na disciplina normalmente serena de estudos antigos. 

Casos documentados revelam que a humanidade poderia ser milhões de anos mais antiga do que permite a teoria da evolução. Simultaneamente, o público em geral está se conscientizando de que o conhecimento contrário à estrutura predominante é filtrado e, algumas vezes, até mesmo suprimido.

No outono de 1993, um número estimado de 33 milhões de norte-americanos assistiram evidências televisionadas de datação da Grande Esfinge em milhares de anos antes da data academicamente aceita de 2500 a.C. Um geólogo especialista, da Universidade de Boston, Dr. Robert Schoch, teve acesso à Grande Esfinge antes de ter sua permissão revogada pelo círculo acadêmico do governo egípcio. Teve tempo o bastante, todavia, para confirmar um pressentimento não-acadêmico.

Um pesquisador estadunidense independente, John Anthony West, lera em um livro obscuro, de autoria do matemático francês R. A. Schwaller de Lubicz, que água, e não vento, desgastara a Grande Esfinge. Quando, na história da Terra, houve água ou chuva o bastante no árido Egito para causar erosão na Grande Esfinge? O Deserto do Saara representa milênios de aridez. Portanto, West conclui acertadamente:

Se o único fato da erosão por água da Grande Esfinge pudesse ser confirmado, isso reviraria todas as cronologias aceitas da história da civilização, forçando uma drástica reavaliação do pressuposto de “progresso”, o pressuposto sobre o qual toda a educação moderna se baseia. Seria difícil encontrar uma questão única e simples com implicações mais graves.1

Schoch confirmou a causa da erosão: chuva, nem mesmo inundação. Schoch recebera seu doutorado em geologia e geofísica da Universidade Yale, onde se especializou em pedras desgastadas pelo tempo. Ele sabia que chuvas pesadas, resultando nos padrões de erosão da Grande Esfinge, haviam parado milhares de anos antes da data aceita pelos egiptólogos para a Grande Esfinge: 2500 a.C.

A história oficial confere à Grande Esfinge a idade de 4.500 anos. Pela maior parte desse tempo, esteve sob as areias até a altura de seu pescoço. Egiptólogos sempre impuseram sua explicação oficial para as cicatrizes e fissuras por toda a Grande Esfinge e nos muros internos de seu recinto. Embora não fossem especialistas em rocha, estabeleceram os severos ventos do deserto como o culpado. Schoch, entretanto, valeu-se de conhecimento geológico para apontar os verdadeiros perpetradores das cicatrizes e fendas: torrentes de chuva por milhares de anos. Sua sólida apresentação, até a atualidade, resiste aos contra-argumentos dos egiptólogos convencionais. Ele explica:

Como geólogo, cheguei à egiptologia como um intruso. Em geral, egiptólogos não utilizam esse tipo de evidência científica, mas sim uma mistura de métodos que inclui historiografia, arqueologia, antropologia, filologia e análise literária. A análise geológica é uma forma alheia ao pensamento dos egiptólogos, que tendem a rejeitá-la por causas de sua falta de familiaridade com a mesma.2

Para encontrar no Egito um clima úmido o bastante para desgastar pedras ao longo de milhares de anos, temos que voltar no tempo pelo menos 3500 anos, chegando a alguma data entre 8000 e 4500 a.C. Nesse tempo, o leste do Deserto do Saara era completamente diferente: uma savana com abundância do tipo de chuva que inunda regiões tropicais. Schoch, demonstrando a cautela de um acadêmico estabelecido, teve o cuidado de apresentar a data mais conservadora possível: 7000 a.C.

Aqueles mais ousados, como o inspirador da expedição, West, argumentam em favor do período chuvoso precedendo 10000 a.C. Essas vozes menos restringidas apontam que, entre outros pontos, ainda não existe nenhuma evidência arqueológica de alguma civilização avançada no Egito entre 7000 e 5000 a.C. Não se sabe da existência de faraós então. Acadêmicos convencionais dizem que apenas comunidades agrícolas primitivas caracterizavam o leste do Deserto do Saara e as margens do Nilo naquele tempo. Como esses enclaves agrícolas reuniriam a motivação e a tecnologia para projetar e erigir colossais monumentos de pedra? Por essa e outras razões, os desafiadores concluem que a civilização responsável pela Grande Esfinge tem que ter existido no período chuvoso anterior a 10000 a.C. e desaparecido muito antes da era de chuvas posterior.

No caso de qualquer datação, conservadora ou audaciosa, a reação dos egiptólogos mainstream seria a mesma: furor explosivo. Como essa “gente de fora” ousou transgredir seu domínio? Eles expressaram sua fúria publicamente: quem era esse genioso, apesar de altamente reputado, geólogo cientista, auxiliado por um não acadêmico “pau para toda obra” e sem reputação? Esperando essa inevitável resposta, West foi sábio e prudente em fazer todos os arranjos para que toda a examinação geológica da Grande Esfinge fosse filmada para ser apresentada diretamente para o povo em televisão de alcance nacional. “Uma vez que não poderíamos esperar nada além de oposição dos egiptólogos e arqueólogos acadêmicos, uma maneira tinha de ser encontrada para que a teoria chegasse ao público”.3

Um arqueólogo no campus de Berkeley da Universidade da Califórnia foi direto ao ponto: inteligência avançada e antiguidade não se misturam. “Não há possibilidade disso ser verdade”, declarou Carol Redmont. “O povo dessa região não teria a tecnologia, as instituições governantes nem a vontade de construir semelhante estrutura milhares de anos antes do regime de Quéfren [2500 a.C.]. [A tese] vai contra tudo o que sabemos sobre o Egito antigo”.4 No Museum of Fine Arts, de Boston, o curador assistente do Departamento Egípcio, Peter Lecovara, levantou-se em defesa da instituição acadêmica: “Isso é ridículo! Milhares de acadêmicos, trabalhando por centenas de anos, estudaram esse problema, e a cronologia está muito bem desenvolvida. Não há grandes surpresas por virem”.5

Schoch apresentou sua pesquisa para a Convention of the Geological Society of America de 1992. Ao receber a calorosa aprovação de seus colegas, ele, no mesmo ano, foi ao Annual Meeting of the American Association for the Advancement of Science. Enfrentando com firmeza os egiptólogos presentes, chamou atenção para o fato de que seu trabalho não era nem enraivecê-los nem afagá-los:

Disseram-me vezes e mais vezes que os povos do Egito, até onde sabemos, não tinham nem tecnologia nem organização social para esculpir o cerne do corpo da Grande Esfinge nos tempos pré-dinásticos. Contudo, não vejo isso como problema meu como geólogo. Se meus achados estão em conflito com a teoria de vocês sobre o surgimento da civilização, talvez seja chegado o momento de reavaliar essa teoria. Estou apenas seguindo a ciência para onde ela me conduz.6

Enquanto Schoch cumpria seu dever de apresentar a mais cautelosa explicação de sua pesquisa, seu parceiro, West, sem impedimentos nascidos de necessidades acadêmicas, progrediu audaciosamente nas consequências da descoberta:

Informam-nos de que a evolução da civilização humana é um processo linear que vai dos estúpidos homens das cavernas para os velhos inteligentes conhecidos como “nós”, com nossas bombas de hidrogênio e tubos de pasta de dente. Contudo, a prova de que a Grande Esfinge é muitíssimos milhares de anos mais antiga do que os arqueólogos pensam, que precede em muitos milhares de anos até mesmo o Egito dinástico, significa que certamente houve, em algum ponto da história, uma civilização elevada e sofisticada tal como afirmam todas as lendas.7

Na virada do novo século, a “Batalha da Esfinge” terminou em um impasse. Egiptólogos não são capazes de refutar a evidência geológica apontando para uma grande revisão. Optam por ignorá-la.8

Os produtores do especial televisivo “Mystery of the Sphinx” ganharam um prêmio Emmy, o maior prêmio nos Estados Unidos para a televisão. Em fevereiro de 1996, voltaram com seu documentário “Mysterious Origins of Man”. Dessa vez, a informação foi ainda mais revolucionária. Milhões nos Estados Unidos ficaram pasmos ao saberem, entre outras informações chocantes, que mais de um século atrás, nas entradas das minas de Table Mountain, na Califórnia, ferramentas da era moderna, bem como ossadas humanas, foram encontradas em strata de pedras de idade entre 9 milhões e 55 milhões de anos.

D. Whitney era o geólogo oficial para o estado da Califórnia durante o tempo das descobertas extraordinárias. Ele reuniu e autenticou os achados de muitas décadas. Produzindo um relatório oficial e extenso intitulado “Auriferous Gravels of the Sierra Nevada of California”, Whitney defendeu convincentemente o caso do “Homem Terciário”, humanos existindo no período geológico de 65 milhões a 2 milhões de anos atrás.

Em 1879, no tempo da conclusão do relatório, o presidente da American Association for the Advancement of Science, O. C. Marsh, um paleontólogo proeminente em seu tempo, dirigiu-se à associação e deu seu veredito: “A prova oferecida pelo professor J. D. Whitney em seu trabalho recente é tão forte, e seu método cuidadoso e consciente de investigação, tão bem conhecido, que suas conclusões parecem irrefutáveis. A existência do homem no período Terciário, agora, parece bem estabelecida”.9

O cofundador da teoria da evolução, Alfred Russell Wallace, deu consideráveis créditos à documentação de Whitney dos artefatos de pedra e fósseis humanos encontrados nos pedregulhos com ouro da Califórnia. Alerta em relação ao filtro de conhecimento que começara a afligir o estudo das origens humanas, lamentou que evidências em favor de humanos anatomicamente modernos existentes no Terciário estivessem sob crescente “ataques com todas as armas da dúvida, da acusação e da ridicularização”.10 Perturbado diante da tendência, Wallace advertiu seus colegas cientistas:

A maneira apropriada de tratar evidências relativas à antiguidade do homem é registrá-las e admiti-las provisoriamente sempre que seriam consideradas adequadas no caso de outros animais; não, como é muito frequentemente o caso agora, ignorá-las como indignas de aceitação ou sujeitar seus descobridores a acusações indiscriminadas de serem impostores ou vítimas de impostores.11

Wallace estava descrevendo os eventos entre seus colegas no fim do século XIX. Conforme o século XX progride, entretanto, o Homem Terciário nem mesmo merece uma controvérsia. A abordagem da convenção social se tornou um vício, achados contrários e seus perpetradores foram silenciados.

Mais de cem anos depois dos esmerados esforços de J. D. Whitney para chamar a atenção de todos para artefatos humanos e ossadas humanas em camadas entre 9 e 55 milhões de anos de idade, seu trabalho foi esquecido, e referências ao mesmo em livros-textos se tornaram extintas. Embora a Universidade Harvard tenha publicado seu tratado em 1880, as implicações da evidência jamais foram abordadas ou continuadas pelos cientistas do século XX. Os artefatos ainda existem, no Phoebe Hearst Natural Museum, na Universidade da Califórnia, Berkeley. Quando preparando o documentário “Mysterious Origins of Man”, o sistema televisivo nacional, um gigante dos Estados Unidos, tentou conseguir permissão para filmá-lo e veicular as imagens em sistema nacional. O museu se recusou.

Quando o documentário especial foi ao ar, os acadêmicos novamente se inflamaram. Protestaram dizendo que as informações foram apresentadas por pesquisadores que não tinham formação acadêmica em suas áreas de investigação, em virtude do que cientistas verdadeiros não podiam considerar com seriedade seus achados. Afinal, Michael Cremo estudara ciência política em seus dias de universidade, e, embora seu parceiro Richard Thompson tivesse um doutorado pela Universidade Cornell, era em matemática, e não em antropologia e paleontologia. Não obstante, esses dois pesquisadores independentes se uniram para produzir um robusto livro de 952 páginas, o agora famoso Forbidden Archaeology, expondo as imposições que impedem o conhecimento objetivo das origens da humanidade.

Depois da difusão televisiva nacional, uma chuva de cartas da comunidade acadêmica acusava os produtores do documentário de destruírem a inteligência da nação e propagar “falsa ciência”. A rede NBC, satisfeita com o sucesso da primeira exibição, reexibiu a produção mais tarde no mesmo ano. Desta vez, a academia mainstream se mobilizou com antecedência, chamando todos pela internet para a batalha. Dr. Jere H. Lipps, um paleontólogo da Universidade da Califórnia, incitou seus colegas: “Se estão preocupados com a ciência nos Estados Unidos, digam à sua estação local da NBC, à NBC nacional e a seus vários patrocinadores que somos contrários à exibição desse programa como ciência. Nosso país tem que se tornar inteligente, e podemos fazer a diferença!”.12

Dr. Allison R. Palmer, presidente do Institute for Cambrian Studies, que é especializado no período geológico de entre 570 e 500 milhões de anos atrás, voltou-se ao governo em busca de ajuda. Tentando pressionar a Comissão Federal de Comunicação, a agência norte-americana que confere licenças para as redes de televisão, ele exigiu: “No mínimo, a NBC deve ser solicitada a pedir desculpas em horário nobre para sua audiência por um período de tempo suficiente para que o público entenda claramente que foi enganado. Além disso, a NBC deve receber uma multa em um valor alto o bastante para que se possa estabelecer um grande fundo a ser utilizado no estabelecimento de educação científica pública”.13

Os produtores de “Mysterious Origins” calmamente lembraram os acadêmicos enfurecidos dos casos em que os pesquisadores tinham, sim, formação nos campos específicos em que atuavam e, ainda assim, tiveram um destino negro na academia.

Por exemplo, Dra. Virginia Steen McIntyre possui doutorado em geologia. Era parceira da United States Geology Survey quando fez seu trabalho de campo no México, e a National Science Foundation financiou sua pesquisa. Ela apresentou meticulosas conclusões sobre as avançadas ferramentas de pedra encontradas em Hueyatlaco. Ela datou as camadas contendo os implementos de 250.000 anos a.C. Ademais, dois outros membros academicamente certificados da United States Geology Survey, valendo-se de quatro diferentes métodos de datação, auxiliaram-na. O trabalho deles fez mais do que desafiar a história padrão do Novo Mundo proposta pela antropologia. Uma vez que humanos fabricadores de ferramentas não existiam na Terra antes de 100.000 anos atrás na África, os achados radicais também ameaçavam a história tradicional das origens humanas. O resultado? Apesar das impecáveis credenciais de McIntyre, seus achados foram ignorados, e sua carreira, arruinada.

O livro intransigente Forbidden Archaeology, bem como sua versão condensada, A História Secreta da Raça Humana, documentou cuidadosamente centenas de casos demonstrando que humanos como nós viveram na Terra por milhões de anos. Por exemplo, em 1979, no leste da África, o renomado arqueólogo Mary Leakey e sua equipe encontraram pegadas enterradas em depósitos de cinzas vulcânicas endurecidas datadas de 3,7 milhões de anos de idade. As pegadas descobertas em Laetoli, Tanzânia, são exatamente como aquelas que um homem moderno deixaria. Os cientistas nos dizem que as pegadas pertencem a homens-macacos que tinham pés como os nossos. “Pesquisadores alternativos” sarcásticos, entretanto, lembram ao público que os homens-macacos desse tempo tão distante, chamados australopitecos, tinham pés muito diferentes dos nossos. Deixando de lado todas as evasivas científicas, as únicas criaturas até então conhecidas que tinham pés como naquelas pegadas são humanos como nós. Contudo, lembremo-nos da história padrão: humanos como nós só vieram a existir por volta de 100.000 anos atrás.

Voltemos mais uma vez aos trabalhos geológicos esquecidos do século anterior. Em 1862, The Geologist, um periódico científico, documentou um esqueleto humano desenterrado de uma profundidade de 27 metros, no estado de Illinois.14 Mais de 60 centímetros de ardósia inteira cobriam diretamente o esqueleto. Novamente, um geólogo oficial lidou com o caso. Ele datou as camadas geológicas e concluiu que o esqueleto tinha 300 milhões de anos de idade. Pouco antes do achado de Illinois, em 1852, o periódico Scientific American, destacado desde então, reportou pedreiros encontrando algo bastante singular em Boston. Enquanto escavavam a fundação para uma construção, sob 5 metros de pedra sólida, encontraram um vaso metálico com temas florais de prata incrustados.15 Michael Cremo, coautor de Forbidden Archaeology, pesquisou em avaliações geológicas modernas para descobrir a idade da pedra contendo o vaso. A ciência contemporânea atribui àquela camada de pedra a idade de mais de 500 milhões de anos.

No capítulo 1, apresentamos a inquietante descoberta de que, pelo menos 800 mil anos atrás, humanos fabricadores de ferramentas viajaram por mar para a ilha de Flores, na Indonésia. Concepções anteriores sustentavam que humanos anatomicamente modernos haviam feito a mais antiga viagem transoceânica entre 40.000 e 60.000 anos atrás. A navegação e fabricação de barcos são frequentemente atribuídas a corpos de humanos modernos. Contudo, em vez de escolherem batizar o povo de Flores como Homo sapiens sapiens, os cientistas imediatamente os rotularam de Homo erectus, cuja anatomia é primitiva. Deste modo, drasticamente elevando as capacidades do Homo erectus, contornaram uma explicação que devastaria as concepções atuais da história humana.

Cremo dirigiu a atenção para essa manobra em seu discurso no World Archaeological Congress de janeiro de 1999. A fim de que ninguém pensasse que o problema do barco de Flores é uma ocorrência isolada, Cremo apresentou outros achados perturbadores.

Fêmures anatomicamente modernos, da mesma idade do Homem de Java, são uma evidência corroboradora. [Além disso,] em 1997, H. Thieme reportou avançadas lanças de caça de madeira em depósitos de carvão na Alemanha com idade de 400.000 anos. Lanças, em geral, são associadas com exclusividade a humanos anatomicamente modernos. Thieme escolheu elevar o status cultural do Homo erectus europeu, mas outra possibilidade é tê-los como humanos anatomicamente modernos. Descobertas de ossos humanos anatomicamente modernos por parte de Boucher de Perthes, em Abbeville, França, em depósitos com a mesma idade que as lanças alemãs, oferecem uma evidência corroboradora.16

Simpatizantes dos Vedas têm um bom posicionamento inicial para lidar com quaisquer revisões drásticas da saga padrão das origens humanas. As evidências que desafiadores trouxeram à tona são consistentes com as informações védicas. Se ao menos nossos indólogos soubessem!

Referências

John Anthony West, Serpent in the Sky (Illinois: Quest Books, 1993), p. 186.
Robert Schoch, Voices of the Rocks (Londres: Thorsons, 2000), p. 50.
West, p. 226–27.
Los Angeles Times, 23 de outubro de 1991.
Boston Globe, 23 de outubro de 1991.
Excertos do encontro AAAS citado em Graham Hancock, Fingerprints of the Gods (Londres: Mandarin, 1996), p. 447.
Mystery of the Sphinx, NBC-TV, 1993.
Uma manobra típica utilizada pelos egiptólogos mainstream contra Schoch é atacar seu trabalho como apresentado no vídeo popular The Mystery of the Sphinx em vez de como é apresentado em artigos técnicos. Por exemplo, vide Zahi Hass, The Secrets of the Sphinx: Restoration Past and Present (Cairo: American University in Cairo Press, 1998). Mark Lehner, James Harrell e K. Lal Gauri também tentaram contrariar o trabalho de Schoch. Um estudo independente realizado pelo geólogo David Coxill (“The Riddle of the Sphinx”, Journal of Ancient Egypt, primavera de 1998, p. 13–19) confirma as conclusões de Schoch.
Michael Cremo e Richard Thompson, Hidden History of the Human Race (Califórnia: Govardhan Hill Publishing, 1994), p. 149.
Ibid., p. 101.
Ibid.
Michael A. Cremo, Forbidden Archeology’s Impact (Los Angeles: Bhaktivedanta Book Publishing, 1998), p. 518.
Ibid., p. 534.
The Geologist 5 (1862): 470.
Scientific American, 5 de junho de 1852.

Michael Cremo, no resumo do ensaio “Forbidden Archaeology of the Early and Middle Pleistocene: Evidence for Physiologically and Culturally Advanced Humans”, apresentado no 4º World Archaeological Congress, Capetown, África do Sul, janeiro de 1999.




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