Líderes religiosos islâmicos condenam assassinato de piloto jordaniano
Queimar uma pessoa viva é um ato
incompatível com o islã, afirmam.
Autoridade sunita do Egito diz que
"Estado Islâmico" é um grupo terrorista e satânico e que responsáveis
pelo assassinato merecem a morte.
Líderes religiosos muçulmanos
condenaram com veemência na quarta-feira (04/02) o assassinato de um piloto
jordaniano pelo "Estado Islâmico", afirmando que queimar uma pessoa
viva é um ato incompatível com o islã seja qual for o contexto.
Nesta terça-feira, militantes do
"Estado Islâmico" divulgaram um vídeo que supostamente mostra o
piloto Mouath al-Kasaesbeh sendo queimado vivo numa cela. Em resposta, a
Jordânia executou dois terroristas ligados à Al Qaeda, entre eles uma
mulher-bomba, nesta quarta-feira.
Em comunicado, a Universidade
egípcia Al Azhar, autoridade muçulmana extremamente respeitada pelos sunitas,
expressou profunda revolta por "esse ato terrorista baixo e covarde",
executado por "um grupo terrorista satânico".
O grande sheik da Al Azhar, Ahmed
al-Tayeb, afirmou que os responsáveis merecem ser mortos, crucificados ou
amputados, punições mencionadas no Alcorão, segundo ele.
"O islã proíbe matar uma
alma humana inocente. Ele proíbe a mutilação da alma humana pela queima ou por
qualquer outra maneira, mesmo durante a guerra contra um inimigo que lhe
ataque", afirmou.
O líder da Organização para a
Cooperação Islâmica, Iyad Madani, também condenou o assassinato, segundo ele
"um profundo desrespeito aos direitos dos prisioneiros". Ele disse
que o caso ilustra "a decadência intelectual, a fragmentação política e o
abuso do islã, a grande religião da misericórdia", em partes do Oriente
Médio. A organização reúne 57 países e é o maior bloco de países muçulmanos do
mundo.
No Twitter, o popular clérigo
saudita Salman al-Odah escreveu que queimar pessoas é um crime abominável,
rejeitado pela lei islâmica não importa por que motivos. "Só Deus tortura
com o fogo", acrescentou. O "Estado Islâmico" contesta essa
interpretação, afirmado que o islã permite queimar um infiel à morte.
A morte de Kasaesbeh também foi
condenada pelos governos dos Emirados Árabes Unidos, do Bahrain, do Catar, do
Kuwait e do Irã, que declarou que a morte foi um ato desumano e que viola as
leis do islã.
Fonte: http://www.opovo.com.br
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