Mais igrejas se unem em movimento contra Israel - Por Jarbas Aragão
A iniciativa internacional
conhecida como “Boicote, desinvestimento e sanções” (BDS) é um movimento
contra Israel que vem crescendo entre igrejas do hemisfério norte.
No mês passado,
o Vaticano reconheceu a Palestina como uma nação independente ONU e o
assunto voltou a ser debatido no meio eclesiástico. As igrejas que se movimentam
nesse sentido em geral pregam uma teologia liberal que defende o casamento gay
e a ordenação de pastores homoafetivos.
Nos últimos anos várias dessas
denominações se pronunciaram contra Israel, exigindo o reconhecimento da Palestina
como nação independente e a “devolução” dos territórios anexados na Guerra dos
Seis dias em 1967. Obviamente, se esquecem que essas
porções de terra nunca pertenceram a uma Palestina e sim a países como
Jordânia, Síria e Líbano, que não lutam para recuperá-las.
Entre os movimentos anteriores,
tiveram maior destaque:
2005 – Igreja Presbiteriana dos
EUA (PCUSA) adere ao BDS
2006 – A Comunhão Anglicana – que
reúne as Igrejas Episcopais do Reino Unido – aprova o BDS contra Israel
2010 – Conselho Mundial de
Igrejas pede boicote de produtos de Israel
2011 – A Igreja Unida do Canadá
decide pelo boicote
2015 – A Igreja Nacional da
Finlândia, de origem luterana, anuncia seu boicote
Dentro desse crescimento, três
outras denominações estão anunciando sua adesão. A Igreja Unida de Cristo
(EUA), mais conservadora, realizou um sínodo onde aprovou a resolução de
BDS contra Israel.
“Ao aprovar esta resolução, a
Igreja Unida de Cristo tem demonstrado seu compromisso com a justiça e
igualdade”, disse o pastor Mitri Raheb, um líder cristão palestino, que
lidera a Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e na Terra Santa, e viajou para
o sínodo a convite.
A Igreja Episcopal Anglicana dos
EUA também está tratando do assunto em um sínodo esta semana. Pesa contra
Israel o apoio do prêmio Nobel da Paz, bispo anglicano Desmond Tutu, que embora
seja sul-africano possui grande influência entre os membros da denominação.
A Igreja Menonita dos EUA irá
analisar a proposta de BDS esta semana durante um encontro nacional de
lideranças. Conhecida historicamente por sua postura antibélica os menonitas
tem feito críticas a maneira como o governo israelense trata os assentamentos
palestinos. Embora seja uma tendência, não publicou uma decisão oficial pois
seu concílio vai até o dia 05/07.
Até o momento, o grupo
Internacional pró-Israel Stand With Us foi o único a condenar
veementemente a decisão das igrejas, descrevendo os ativistas que apoiam a
resolução como “extremistas que forçam uma teologia distorcida e
preconceituosa, que rejeita a história do povo judeu em Israel e nega-lhes o
direito à autodeterminação em sua pátria”.
Quando se fala em BDS, a
justificativa é forçar uma solução pacífica na região, ou seja, Israel abrir
mão dos territórios ocupados e também da porção oriental de Jerusalém, reivindicada
pelos palestinos. O desinvestimento das
denominações não deve ser ignorado. Afinal, muitas dessas grandes denominações
possuem portfólios de investimento que chegam na casa dos bilhões de
dólares.
Esse tipo de anúncio pode gerar
uma baixa no preço das ações de empresas que fazem negócios com Israel, o que
as forçaria a quebrar os contratos para evitar perdas financeiras. Pelo
menos duas empresas de peso na área de tecnologia (Veolia e Orange)
já consideram encerrar suas atividades por lá. Para o governo de Israel, todo o
movimento BDS visa enfraquecer a economia israelense, minar a legitimidade da
existência de um Estado judeu e mostra uma atitude antissemita.
Com informações Christian Today, Jerusalém
Post e Mídia sem Máscara
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